18 junho 2008

O TRATADO…

Quem no quer esse muro concreto
É político mas analfabeto…
A corda bamba da cultura
A ponte pênsil no ar
Acorda muda de figura
Petróleo não é tudo Jr.!!!"...
“Acorda” – Rock in Rio Douro, 1992, Rui Reininho

É bem feito! Tudo fizeram pelo Tratado, trataram de mascarar a realidade e agora tem o que merecem: o tal NÃO da Irlanda, chato que de tão redundante, já o havia sido na França e na Holanda. O Tratado. De tanto tratar mal o povo putativamente votante, veio agora o tratamento adequado para os trataram de trautear banalidades. Tratemo-los então de tratantes. Se o Tratado não foi tratado como deveria ter sido, porque estão agora admirados? Mais, será que eles, todos eles, acreditariam num resultado diferente, caso o Tratado fosse referendado como deveria? O próprio partido que nos governa por cá se tinha comprometido a tratar o Tratado de forma diversa. Bem parece que o trato dado ao Tratado foi o pior possível, a bem dizer uma autêntica tramóia. Fala-se agora de (tratar) de tirar as devidas lições, ou ilações do Não. Para quê, não chega a verdadeira lição que levaram?

Acorda e muda de figura” bem podia ser o lema, para todos os que ainda não trataram de se pôr em dia com a verborreia típica do centrão; aqui e por essa Europa dentro onde os argumentos são sempre os mesmos: o (pretenso) reforço da democracia, a coesão europeia, a necessidade de encontrar mecanismos, etc…, etc…Já o Aleixo dizia, “Vós que lá do vosso império/prometeis um mundo novo/calai-vos que pode o povo/querer um mundo novo a sério”, com muita razão, oportunidade e sentido de visão.

Eis que urge pois que se retratem, que digam cara a cara que falharam; ou então, que se
tratem…

11 junho 2008


A RAÇA…

Navegando numa onda passada, o homem que não gosta de muitas ondas, acaba de deslizar para as águas movediças da mediocridade. Balançou durante algum tempo na crista, com o apoio da ocasião, que tanto faz o ladrão, como o oportunista. Com os cuidados que se lhe reconhecem, não sendo pessoa de grandes rasgos a não ser os das académicas tiradas mais ou menos economicistas, sim os números de que tanto gosta, planou desta vez para um terreno incómodo, só suportado pelos que da saudade lusitana do império fazem carreira pouco diplomática. A Raça, essa que o-de-Santa-Comba aproveitaria em 1944, para introduzir no léxico de um 10 de Junho dedicado ao Poeta exaltava, convém saber-se, Nação, Império, Metrópole e Colónias. A gaffe que muitos pensam ser, poderá não o ser. O deslize que de tão deslizante nos transporta ao tempo do “deixem-nos trabalhar” e das “forças de bloqueio”, a gente não esquece pois não… Alguém hoje nas ondas da rádio defendia uma pedagogia da liberdade e da inclusão para casos como este. Mesmo sabendo que as aprendizagens o são ao logo de toda a vida, que o erro pode ser uma fonte de sabedoria futura, é preciso querer aprender. Resta saber se será este o caso…

05 junho 2008



ALTOS CONCLUIOS...


A propósito da última decisão da chamada Alta Autoridade da Concorrência sobre as dúvidas quanto à uma cartelização do sector da distribuição de combustíveis, permito-me opinar que eu e muito boa gente, vítimas de extorsões sucessivas, não temos dúvida nenhuma. Aliás o que se passa naquele sector passa-se em muitos outros, como são (por exemplo) os casos do sector bancário e do sector farmacêutico. O que acontece são 2 coisas muito simples. A primeira tem a ver com a putativa independência das Altas Autoridades; as pessoas de bem não acreditam positivamente nisso; acreditam mais que esses organismos, prestam vassalagem descarada aos governos e às administrações das grandes companhias; ao fim e ao cabo, os seus dirigentes pertencem aquele grupelho do bloco central e circulam, conforme os ventos partidários, pelos lugares sempre em aberto. A segunda tem a ver com o sentido de oportunidade, ou seja, se na realidade existem para exercer autoridade (e ainda por cima Alta), deveriam exercê-la de facto e não estar sempre à espera que o Poder solicite esclarecimentos, dúvidas, receios, … A máquina está porém muito mais bem montada do que se imagina; funciona na perfeição e ao invés de dar corpo a sentimentos generalizados dos pagantes (ou seja nós, quase todos…) presta serviço ao poder instituído e aos grandes interesses da especulação.

E por falar em especulação, atente-se aos preços dos combustíveis, no final do mês de Maio de 2008. Segundo dados da Direcção Geral da Energia e dos Transportes (
http://ec.europa.eu/dgs/energy_transport/index_pt.html), o preço médio dos combustíveis em Portugal (gasolina: 1,501 e gasóleo: 1,426) está em 3ª lugar entre os mais caros, só ultrapassado pela Holanda e pela Bélgica! O preço em Espanha, o mais barato de entre 10 seleccionados é: gasolina: 1,205 e gasóleo: 1,269; a média na zona euro é: gasolina: 1,424 e gasóleo: 1,388. como somos um País rico, podemos dar ao luxo de ter os combustíveis mais caros que, por exemplo, a Alemanha, a França, a Itália, Luxemburgo, Reino Unido, para já não falar na Espanha…

Que respostas dá um Governo que se diz “socialista” e esta tremenda, descarada, desavergonhada, despudorada e devidamente engravatada especulação? Bom, é o mercado! Vejamos entretanto dados do I trimestre de 2008, da autoria do economista Eugénio Rosa: “…lucros extraordinários da GALP aumentaram 228,6 % no 1º trimestre do corrente ano de 2008; só no 1º trimestre de 2008, a GALP obteve um lucro extraordinário de 69 milhões de euros devido à especulação do preço do petróleo no mercado internacional e os lucros totais atingiram 175 milhões”. Até este Governo conseguir explicar porque razão temos os preços dos combustíveis mais caros da Europa e os ordenados mais baixos do espaço europeu, só podemos falar nestes termos: concluio, protecção dos interesses das petrolíferas.

Quanto ao resto, já se sabe: terá que haver força suficiente para respeitar os apelos aos boicotes divulgados, nomeadamente à GALP, BP e REPSOL; já que é o mercado que determina tudo, então vamos demonstrar que é possível alterar as ditas leis do mercado.

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