28 março 2019


13 ANOS DEPOIS...














































Há 13 anos atrás haveria de nascer a ENGENHO&OBRA, no ISEP, Cidade do Porto, Portugal
Na Conferência de fundação (12 Maio 2006), afirmei “Podia ser somente um sonho, porque afinal é o sonho que comanda a vida...”. E que aquela designação social, aquele nome, deixava antever a propensão para o talento, imaginação ou invenção (engenho, do latim “ingenium”), bem como para a concretização orientada (obra). 
Mudou algumas vezes de local, sempre no interior do campus ISEP, até que, em 2012, teria direito a uma Casa própria. O meu Amigo Fernando Alves, assim a descreveu, em Maio 2015, aquando da visita da TSF à Associação: “Uma pequena casa térrea, a antiga casa do guarda do ISEP, serve de sede à E&O”.
Hoje, 28 de Março, deixo as funções directivas, que exerci, durante estes anos, um verdadeiro Projecto de Vida, consagrado à Cooperação para o Desenvolvimento.
A única coisa que transcende a existência do ser humano é a sua obra”, diria Gorky, nada que surpreenda quem tentou aliá-la ao Engenho.
Tentou. 
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Aqui deixo o texto da mensagem que enviei, para ser lida, na Assembleia-Geral, para eleger os novos Corpos Sociais, para o triénio 2019/2022
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Caríssimo Presidente da Assembleia-Geral E&O
Colega e Amigo Fernando Maurício,

Dirijo-me hoje, neste dia 28 de Março de 2019, à Assembleia-Geral, na impossibilidade de estar fisicamente presente, devido a razões de foro clínico.
E faço-o, por me sentir a tal obrigado, na qualidade de Fundador, de ex-Presidente e de ex-Membro da Comissão de Gestão, que ora termina o seu mandato.

Iniciei, no ano de 2005, em conjunto com colegas do ISEP e da FEUP, contactos para criar uma entidade que fosse capaz de consubstanciar iniciativas e projectos, dirigidos fundamentalmente aos países de língua oficial portuguesa e tendo como base os princípios da Cooperação para o Desenvolvimento. Todas e todos nós possuíamos alguma experiência pessoal na matéria, fruto de intervenções pontuais, sobretudo em Angola e Moçambique. O principal objectivo era, partilhar conhecimento e práticas, entendendo que uma Associação, que envolvesse pessoas e organizações, seria a melhor forma de consubstanciar tal desiderato. No ano seguinte, haveria de nascer a ENGENHO & OBRA, com o alto patrocínio e apoio do ISEP, cuja Missão iria reflectir os propósitos que inicialmente foram apontados, com particular realce para os “...projectos integrados de engenharia”.[1]

As funções directivas que desempenhei até hoje, como Vice-Presidente (desde a fundação em 12 de Maio de 2006, até 24 de Novembro de 2007), na qualidade de Presidente (de 25 de Novembro de 2007, até 23 de Março de 2017) e como Membro da Comissão de Gestão (daquela data, até hoje). Durante 13 anos, tive o privilégio de trabalhar com muitas pessoas e instituições, das quais guardo estima, consideração e respeito. 

Contribuí para a construção de uma Entidade, que apostou numa marca própria, circunstância a que não é alheio o prestígio que a alcandorou a nível nacional e internacional. 
Foram feitos centenas de contactos, estabelecidos dezenas de protocolos, com entidades nacionais e internacionais, públicas e privadas, governamentais e não-governamentais. Foi sempre minha orientação de Presidente, levar a ENGENHO & OBRA, mais longe, no País e fora dele.
Assim aconteceu, e foi com o apoio da Escola Superior de Educação do Politécnico de Lisboa, aberta a Delegação da capital, logo após a fundação, que funcionou até ao ano de 2012.
Foram criadas também as Delegações em países de língua portuguesa: Delegação em Dili - Timor-Leste (entre 2007 e 2011), delegação em Luanda - Angola (desde 2006), Delegação em Maputo – Moçambique, com sede própria na Faculdade de Engenharia da Universidade Eduardo Mondlane (entre 2006 e 2011) e Delegação em Praia – Cabo-Verde, com sede própria no SIPROFIS - Sindicato dos Professores da Ilha de Santiago (desde 2009). Através delas e dos ilustres Delegados, Mara Vieira (Timor-Leste), Guido Campos (Angola), Maqueto Langa, (Moçambique) e João Pedro Cardoso (Cabo-Verde), foram dados passos gigantescos, nas participações directas em Projectos Internacionais apoiados pela Cooperação Portuguesa, na pesquisa e celebração de Parcerias, na participação em Congressos Internacionais, na identificação de interessados nas Formações GPSI, e finalmente na difusão de conhecimento, partilhado entre a Europa, África e Ásia.

Contribuí ainda, para: o registo da ENGENHO & OBRA, como Organização Não Governamental para o Desenvolvimento, no Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento (IPAD), do Ministério dos Negócios Estrangeiros, 4 meses após a fundação; o  reconhecimento, como ONGD Internacional, através da adesão à Plataforma Portuguesa das ONGD, no ano de 2006; a acreditação como Entidade Formadora, junto do Instituto para a Qualidade na Formação, no ano de 2007. 
Destaco que, naquela Plataforma, propus a intervenção da ENGENHO & OBRA, em diversos Grupos de Trabalho sectoriais, tendo integrado um deles, durante 5 anos. Propus também, e foi aceite, a integração de uma colega da Escola de Saúde do P. PORTO, como representante nacional, no Grupo de Trabalho da CONCORD “Food Security”, em Bruxelas, no ano de 2015.

Orgulho-me de ter participado directamente, como co-autor na grande maioria dos Projectos que a ENGENHO & OBRA apresentou, a instâncias nacionais e internacionais, até ao ano de 2015, bem como intérprete activo, nos 8 Projectos aprovados e financiados, entre os anos 2007 e 2014.

Contribuí activamente no CLME - Congresso Luso-Moçambicano de Engenharia, uma iniciativa conjunta da FEUP e da Faculdade de Engenharia da Universidade Eduardo Mondlane, desde o ano de 2007, e incentivei muitos colegas, do ISEP e de outras Instituições de Ensino Superior portuguesas, a apresentar comunicações, o que veio a acontecer, nas edições CLME de 2008 e de 2011, em Simpósios sobre “Cooperação para o Desenvolvimento”, organizados pela ENGENHO & OBRA no seio do Congresso.
E, a propósito de difusão e partilha de conhecimento, destaco mais de uma centena de textos produzidos e mais de 50 comunicações apresentadas, em Portugal, Bélgica, Espanha, Itália, Angola, Cabo-Verde, Guiné-Bissau e Moçambique.

Partilho todos os sucessos, que foram imensos, com todas e todos os Colegas dos diversos Corpos Sociais da ENGENHO & OBRA, muito particularmente com os Directores. Mas também os partilho com todas/os Técnicos que passaram pela Associação, desde o Secretariado, Informação e Comunicação, até à área de Projecto. Nada seria possível sem elas e eles, que merecem para mim, um respeito imenso. E finalmente, também os partilho com as Entidades que colaboram com a Associação, os Fundadores, ISEP, OXYS e Escola Superior de Educação de Lisboa. 
Relativamente aos insucessos, que ocasionaram breves momentos de instabilidade, insatisfação e algumas dificuldade e apertos de tesouraria, assumo-os por completo, porque foi sempre minha a responsabilidade primeira. 

Durante estes longos anos, vi partir muita gente boa, que fez história, pelo seu brilho, prestígio e sucesso. Lembro aqui, os Associados, Olímpia Soutinho, José Augusto Rocha e Silva e Raimundo Delgado, colegas e Amigos de longa data. Deles guardo tantas recordações e cumplicidades e um enorme respeito. 

Foi por vontade própria que decidi afastar-me dos cargos directivos da ENGENHO & OBRA. Algum cansaço e desgaste, típicos das lides associativas. Mas sobretudo por considerar que a Associação deve afirmar outra identidade, em termos de novos protagonistas. 
A elas e a eles, formulo votos de que sejam capazes de continuar a prossecução da Missão e dos grandes Objectivos, consubstanciados nos Estatutos da Associação. As maiores venturas e felicidades também. 

Quero finalizar, afirmando que eventuais participações ou simples contribuições da minha parte, na qualidade de Associado de base da ENGENHO & OBRA, serão objecto de análise das respectivas condições concretas e, na medida exacta que os futuros dirigentes da Associação, saibam e sejam capazes de querer integrar, saber e conhecimento adquiridos.

A todos um muito obrigado.
Com muito respeito e alta consideração,
Alfredo Soares-Ferreira”


[1]In Missão da E&O: http://www.engenhoeobra.org/index.php?lg=1&id=3                  

08 março 2019

8 MARÇO – O DIA!



As palavras mais belas que conhecemos são no FEMININO: Liberdade, Insubmissão, Justiça, Democracia, Independência, Soberania, Greve, Luta, Revolta, Revolução e tantas e tantas outras que usamos e nem damos conta do poder que têm (detêm).

Se a Vida é no género e dele vem, por força da natureza e à razão do ser e do estar no Mundo, ela tem decerto um sentido, que remete ao mais profundo de nós e nos faz pensar, na PARTILHA e no RESPEITO. Esta, no masculino, tantas vezes vilipendiado, maltratado e atentado.

Hoje, um dia que é ELA, que será dela, se ela quiser e quer decerto, no mínimo para lembrar, outras palavras, que de belas nada têm, como as outras: Injustiça, Maldade, Perfídia, Cegueira, Submissão, Morte,...

Sendo as palavras, apenas isso, elas podem ser HOJE, atiradas ao vento e às trombas daqueles que dominam o mundo e desprezam Direitos, Valores e Respeito. É para esses (e eventualmente algumas essas) que numa só palavra, sintetizamos o que nos vai na alma:
BASTA!


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