29 dezembro 2003



Zero a Zero

Zero o zero vejo as horas a passar; sinto o final do ano a chegar; termina o ano como começou, infelizmente, nada (ou quase nada) mudou; porque a hora se aproxima e os moinhos estão (todos) por mover; tanta coisa para fazer; tantos sonhos por sonhar; tanta palavra por dizer; porque as coisas por fazer ainda se podem (?) fazer; porque o ano acaba e outro lhe sucede com a mesma sensação de impotência; o que se há-de fazer?

Nada de especial para escrever! As palavras da Xana, com a música do Jorge Palma, dizem tudo o que há para dizer!

"Muito ao longe sinto as horas
E os minutos a correr
Vejo as mágoas já passadas
E os moinhos por mover
Entre os sonhos vitimados
E os que ainda vão matar
Vejo o final do ano a chegar

Pelos lábios ressequidos
Das palavras que inventamos
Pela força que desmaia
Pelos perigos que passamos
Entre a espera comedida
E a pressa de já lá estar
Vejo o final do ano a chegar

Zero a Zero

Por entre o riso contagiante
E o silêncio mais profundo
Entre o choro comovente
De alguém lá no bar do fundo
Entre o gelo derretido
E as vitórias por brindar
Vejo o final do ano a chegar
"


28 dezembro 2003

O óbvio e o impossível

José Saramago à conversa com a Bárbara Guimarães e com o José Luís Peixoto (vencedor do prémio Saramago), ontem na SIC dá uma definição espectacular da criação artística. Diz ele que não existe obra literária (um romance) sem haver um impossível; tudo parte portanto, daí, de um facto ou um conjunto de factos impossíveis de acontecer; é impossível a Belimunda ver através do corpo das pessoas, é impossível a Península separar-se tal como uma jangada de pedra, é impossível existir uma conservatória com "todos os nomes" e por aí adiante. O universo de Saramago é povoado por "impossíveis" pontos de partida. Mas, continua Saramago, afinal as histórias vão ser desenvolvidas dentro daquilo que é mais óbvio, ou seja, quando estou a ler acabo por dizer: mas claro, como não me lembrei disto? Assim aliados, o óbvio, aquilo que passa por nós sem nos darmos conta (ou atenção) e o impossível (com ou sem aspas?), como metáfora do intangível ou do imaginário de todos nós. E daí, o trabalho do criador em desenhar situações o mais possível aproximadas destas duas singularidades, só aparentemente contraditórias: o que é realmente óbvio e o que é afinal o impossível?

24 dezembro 2003




O Natal de Davor

É inevitável que num dia como este se fale de paz, de amor, de amizade, de família, de sorrisos e abraços, de prendas no sapatinho.
Que se façam mil e uma declarações de compromisso sobre a situação dos mais desfavorecidos, sobretudo da parte dos que mais os atacam e prejudicam no dia a dia.
É dia em que os sinos tocam, que se enfeita a árvore, que se preparam os doces, que se fazem os telefonemas de ultima hora, a desejar as boas festas!
É sem dúvida um dia em que todos (todos?) desejaríamos que tudo estivesse melhor do que está, que gostaríamos de ter mais dinheiro para as prendas em vez de estar a contar os cêntimos todos os dias, de não ouvir sempre o discurso estafado daqueles que nos governam dizendo que estão a fazer tudo para melhorar a nossa situação…
Eles de facto estão a fazer tudo para melhorar a situação, mas não é exactamente a "nossa situação", mas sim a daqueles que nem sequer precisam de contar os cêntimos…
É num mundo rodeado pela miséria que se festeja mais um Natal; isto para quem o festeja, claro; sabendo que a quadra de Natal ultrapassa largamente a efeméride religiosa e, por essa razão, todos a ela parecem associados.
Em Mostar - Jugoslávia há precisamente 8 anos atrás, Davor um menino de 12 anos, mostrava ao Mundo através dos seus desenhos como via o Natal; uma cidade em chamas e todos a trabalhar para as apagar, aparentemente sem grande sucesso Desde 1995, pouco mudou no Mundo para as crianças envolvidas em palcos de guerra; estes cada vez são em maior número, em todos os continentes; após o 11 de Setembro e graças à política terrorista da administração americana, o Mundo está cada vez mais perigoso, principalmente para aqueles que não se podem defender; no entanto, é vê-los em Jerusalém, em Belém, em Bagdad, em Cabul, etc…, etc…, de armas na mão para defender sabe-se lá o quê; isto à custa do recrudescimento dos fundamentalismos, que usam as crianças como carne para canhão.
Hoje, dia 24 de Dezembro, uma notícia no Público, faz tremer mesmo os corações mais empedernidos: crianças mortas em Moçambique, sem órgãos, que foram subtraídos para tráfico; absolutamente inacreditável!
E no entanto tudo parece fácil de resolver, não fora a cobiça e a partilha vergonhosa de bens que os países mais ricos praticam no dia a dia e que faz crescer assustadoramente os níveis de pobreza, de miséria e de fome; mais de um terço da população mundial vive abaixo dos limiares mínimos aceitáveis.
Não é muito o que se pede à grande maioria das pessoas de bem; nem que vão a manifestações, nem que assinem coisa nenhuma, nem que façam doações para nenhuma ONG, nem que "guardem" um pacote de arroz, um litro de leite e um quilo de farinha para qualquer País do 3º mundo, nem….
Claro que isso é importante; mas, pelo menos, por favor, não se calem; não façam de conta que não é convosco, não passem ao lado e, por favor falem sobre isso, discutam isso com os vossos filhos, com os vossos amigos; não digam que a política não é para vocês, não digam que os políticos são todos iguais, primeiro porque não é verdade e segundo porque essa é a melhor forma de tudo ficar sempre na mesma!
Falem disto no vosso Natal, falem nos direitos das crianças espezinhados por todo o Mundo, vítimas da guerra, das minas anti pessoal, da fome, de maus-tratos e da miséria imposta por esta globalização.
Por eles e com eles, estamos neste Natal, mesmo sem acreditar em nenhuma religião; não, não os podemos decididamente esquecer…

23 dezembro 2003


As 7 Mulheres do Minh
o


A propósito de algumas belas fotos de mulheres do Minho, levada a cabo pelo Museu de Imagem - Braga, desde Novembro deste ano, aqui vai um extracto de um poema do Zeca Afonso. E também (muito a propósito) de uma notícia do Expresso de Sábado passado (20Dez) sobre inspecções da PJ na Câmara de Braga; pode ser que alguém de Braga, leve as palavras à letra…

"As sete mulheres do Minho
mulheres de grande valor
Armadas de fuso e roca
correram com o regedor
"

19 dezembro 2003


Quem são os meninos nazis?

"O País vai de carrinho
Vai de carrinho o País
Os falcões das avenidas
São os meninos nazis
"

Assim falava o Zeca Afonso em 1983, no álbum "Como se Fora Seu Filho".
20 anos depois, poderemos dizer (pelo menos) que andam de Ferrari….
Voltaram os meninos nazis e já agora mandam no Governo da República; mas afinal não é o Barroso que manda lá? É, parece que manda, mas de facto não manda; vejam o caso triste da desautorização do porta-voz do PSD, pelo líder da bancada parlamentar respectivo, isto depois da declaração dos PPs de PP.
Complicado? Nem por isso. Já na tomada de posse deste Governo, o insuspeito JPP (José Pacheco Pereira) dizia que, a partir do momento que tinha sido consagrada a aliança (santa?) entre PSD e CDS-PP, a extrema-direita passaria a ter lugar no Governo, pela primeira vez desde o 25 de Abril. Bem pode JPP ser galardoado pela fantástica previsão que ora fez e a que o tempo lhe foi dando sempre razão.
O peso que os PPs de PP têm no Governo da República é de facto desmesurado, para um pequeno partido que neste momento não representa mais que 5% de votos no panorama eleitoral; esse peso é corroborado pela importância das pastas da Defesa, da Justiça e da Segurança Social. Até que ponto os PSDs já viram ou simplesmente detectaram esta vergonhosa situação? E mais, quem de facto contribui para ela? Pois, foi de facto o seu líder Barroso - o Durão - o mesmo que rasteja perante a administração americana, perante o governo espanhol, por sua vez vergado também ao mesmo "patrão", perante os grandes interesses da "cunha" e do dinheiro. Para onde vai realmente o PSD?

"Se o Adolfo pudesse
Ressuscitar em Abril
Dançava a dança macabra
Com os meninos nazis
",

continua o Zeca… O Adolfo, figura de retórica (?) ressuscitado pelos PPs, fanáticos, fundamentalistas, que querem (embora não o possam ainda dizer) o regresso a um passado colonialista e atrasado na cauda da Europa. Bem o afirma Freitas do Amaral (TSF, 14 de Dezembro), quando afirma que o discurso do PP relativamente a questões como a dos imigrantes e da análise da questão colonial, é o discurso do passado, que ainda não tem condições de ser assumido tal como no tempo de Salazar e Caetano, mas que no fundo reflecte exactamente o que os ditadores pensavam…
Sobre a questão do aborto é vê-los na mais profunda demagogia e hipocrisia possível a desdobrarem-se em manifestações de "apoio à vida", naquilo que tem sido interpretado por vários analistas como a mais espectacular campanha de desinformação e mistificação de que há memória depois do 25 de Abril; todo um conjunto de posições tacanhas, parolas e idiotas de que há memória; e têm azar (no mínimo) com as fracturas dentro da própria igreja católica: até já há padres e bispos (!) que vêm para a praça pública condenar na prática aquela que é a chamada posição oficial do Papa de Roma.

"Os pretos, os comunistas
Os Índios, os turcomanos
Morram todos os hirsutos!
Fiquem só os arianos",

avisa ainda o Zeca. Se duvidam vejam, por exemplo, no "Publico" de 27 de Outubro uma notícia de um tal Partido Nacional Renovador, onde se diz "Imigrantes acusados de destruir Portugal" e onde se defende coisas como estas: "imigrantes africanos serão em breve a maioria com SIDA em Portugal", "a Família é uma prioridade nacional", "a imigração não é uma oportunidade para Portugal é um suicídio", "connosco, Portugal será soberano", etc…, etc…, etc…. Ou seja, tudo aquilo que muitos PPs gostariam de dizer mas (como dizia FA) ainda não podem….

Se tudo isto não passasse de ficção, apetecia terminar de novo com o Zeca:
"Mas não se esqueçam do tacho
Que o papá vos garantiu
Ao fazer voto perpétuo
De ir prá puta que o pariu
"

Disse.

15 dezembro 2003

Domínio das Trevas

Exactamente assim, sem papas na língua, descreve o Fernando Rosas no Público de ontem, o estado em que está mergulhado este País, a propósito da questão do aborto e, mais concretamente acerca dos julgamentos de Aveiro em que estão envolvidas não só mulheres que abortaram, mas também maridos, companheiros, namorados e outros familiares. A patética hipocrisia da Direita secundada pelas teses medievais da Igreja Católica, Apostólica e Romana, que quer impor à força as suas teses a todos, esquecendo os mais elementares direitos daquelas para quem basta o que já sofreram por terem que optar pelo aborto. Muito já se disse, muito já se escreveu sobre o assunto, muitas opiniões já se fizeram ouvir; mas, a mais espantosa de todas é, sem dúvida, a do Bispo do Porto, manifestada no Sábado passado: o bispo defende a despenalização do aborto. Agora pergunto eu: o que irá acontecer a este homem? Para já, vai concerteza sofrer graves punições da hierarquia da igreja, que não contempla este tipo de pensamentos laterais; mas pelo menos abre algumas portas…
O "domínio das trevas" é o domínio da ignorância, da mentira, da incultura, numa palavra, do fundamentalismo; contra eles, há que erguer o muro da defesa dos direitos das pessoas, um muro onde se possam pintar quadros e palavras de ordem para fazer talvez com que alguns sejam capazes de simplesmente … pensar!

05 dezembro 2003

Os raciocínios que não convém aos nossos políticos que façamos....
Com a devida vénia, não sei a quem (?), transcrevo um mail que me enviaram; vale a pena ler...

Em cada 100 euros que o patrão paga pela minha força de trabalho, o Estado, e muito bem, tira-me 20 euros para o IRS e 11 euros para a Segurança Social.

O meu patrão, por cada 100 euros que paga pela minha força de trabalho, é obrigado a dar ao Estado, e muito bem, mais 23,75 euros para a Segurança Social. E por cada 100 euros de riqueza que eu produzo, o Estado, e muito bem, retira ao meu patrão outros 33 euros.

Cada vez que eu, no supermercado, gasto os 100 euros que o meu patrão me pagou, o Estado, e muito bem, fica com 19 euros para si.

Em resumo:

* Quando ganho 100 euros, o Estado fica quase com 55.

* Quando gasto 100 euros, o Estado, no mínimo, cobra 19.

* Quando lucro 100 euros, o Estado enriquece 33.

* Quando compro um carro, uma casa, herdo um quadro, registo os meus negócios ou peço uma certidão, o Estado, e muito bem, fica com quase metade das verbas envolvidas no caso.

* Eu pago e acho muito bem, portanto, exijo: um sistema de ensino que garanta cultura, civismo e futuro emprego para o meu filho. Serviços de saúde exemplares. Um hospital bem equipado a menos de 20 km de minha casa.

Estradas largas, sem buracos e bem sinalizadas em todo o País. Auto-estradas sem portagens. Pontes que não caiam. Tribunais com capacidade para decidir processos em menos de um ano. Uma máquina fiscal que cobre igualitariamente os impostos.

* Eu pago, e por isso quero ter, quando lá chegar, a reforma garantida. E jardins públicos e espaços verdes bem tratados e seguros. Policia eficiente e equipada.

* Os monumentos do meu País bem conservados e abertos ao público. Uma orquestra sinfónica. Filmes criados em Portugal. E, no mínimo, que não haja um único caso de fome e de miséria nesta terra.

* Na pior das hipóteses, cada 300 euros em circulação em Portugal garantem ao Estado 100 euros de receita. Portanto Doutor Durão Barroso, governe-se com o dinheirinho que lhe dou porque eu quero e tenho direito a tudo!

Portugal não utilizou 283 milhões de verbas para formação em 2002

Extracto de uma noticia de 4 de Dezembro, no JN:

"Apenas 156 820 trabalhadores portugueses (2,9% da população activa) participam anualmente em acções de formação, de acordo com um inquérito do Eurostat (2002). A média da União Europeia (UE) é de 8,5% e a maioria dos países do alargamento ultrapassa-nos. O aspecto mais desconcertante dos números recolhidos de várias fontes reside na conclusão geral: o investimento é pouco e a formação não compensa os trabalhadores.
O economista Eugénio Rosa, representante da CGTP na Comissão de Acompanhamento do Programa Operacional de Emprego, Formação e Desenvolvimento Social (POEFDS), integrado no III Quadro Comunitário de Apoio (2000-2006), revela que, dos fundos disponíveis em 2002 (663 milhões de euros), apenas 57% (380 milhões de euros) foram executados. Ficaram 283 milhões por aproveitar.
Numa altura em que a reforma da Administração Pública (AP) é discurso permanente do Governo, ressalta o facto de apenas 27% dos fundos disponíveis, em 2002, para a AP terem sido efectivamente utilizados: 5,8 milhões de euros, 1,5% do total executado em todos os eixos do programa."

Comentário, que fiz numa intervenção do FORUM TSF:

Eu penso que a notícia não é para admirar!
O conceito e o funcionamento da FP em Portugal estão longe de satisfazer os critérios mínimos de qualidade e de eficácia exigidos internacionalmente.
Mas, comecemos talvez pelo problema a montante:
O aspecto das oportunidades, a nível de FP, sobretudo no que concerne a Escolas Profissionais e a outros Cursos Profissionais; será que a maioria das pessoas sabe da dificuldade que existe a nível dos jovens em entrar, por exemplo, numa Escola Profissional?
Será que as pessoas sabem da completa falta e incapacidade de resposta que existe no Ensino Oficial no que diz respeito ao esclarecimento dos alunos em termos de saídas profissionais?
Como pode a FP corresponder às necessidades do País e às exigências de um mercado de trabalho em profunda e rápida transformação, com um baixíssimo nível de informação, a começar nas nossas escolas?
Vejamos então agora, o conceito: como se pode compreender que sejam aqueles com maior grau de educação formal ou mais bem posicionados na hierarquia os que mais procuram as acções de formação?
Só podemos admitir tal facto pela falta de capacidade de resposta que a grande maioria das ofertas de formação tem relativamente aos que efectivamente mais necessitam.
Passemos agora ao funcionamento: o que na realidade se passa é que o organismo que superintende a FP no nosso País, ou seja o IEFP não está minimamente preparado para a evolução no domínio dos programas de formação, bem como da preparação e formação dos seus próprios formadores.
As formações (pelo menos a grande maioria) não são formações à medida, ou seja não são formações adequadas às necessidades concretas. Todos estes factores que introduzem discrepâncias no sistema de formação profissional, vêm infelizmente de muito longe, ou seja do I QCA (quadro comunitário de apoio), ao tempo do Governo de Cavaco Silva; realmente, a aposta mais que deficiente do nosso País na vertente da formação profissional, é infelizmente uma tradição.
Quando o Secretário de Estado Pais Antunes diz que estamos avançados em relação a outros Países, no que toca à qualidade da FP, só prova que não sabe do que está a falar; ou não sabe o que é qualidade, ou não sabe como funcionam na prática a maioria das acções de formação profissional.
Aliás, nesse aspecto o organismo da tutela, ou seja o IEFP é o melhor exemplo da ineficácia, do insucesso e do falhanço no que toca a qualidade e eficiência; trata-se de um organismo de cúpula, afastado há muito da realidade, preocupado sobretudo com a burocracia.
Só quem de facto trabalha de perto com este organismo é que sabe com ele funciona e que estranhos critérios utiliza na definição das suas prioridades
Reparemos, como aliás já foi afirmado hoje aqui mesmo no FORUM: 2 biliões de contos de investimento em 10 anos de formação (1989-1999), mas para financiar na prática, infra-estruturas, equipamentos e imobilizado.
Não há investimento em formadores e em formandos; não há a preocupação mínima na qualidade dos formadores, por exemplo, que provêm na grande maioria dos casos do sistema de ensino formal.

Esta é uma grande responsabilidade deste Governo que se preocupou, por exemplo, em extinguir Institutos Públicos e o primeiro que deveria ter sido extinto era, em minha opinião o IEFP; extingui-lo e substitui-lo por um organismo capaz de gerir e organizar a Formação em moldes modernos e eficientes.
Tudo isto e muito mais são factores que determinam que a situação a nível da FP no nosso País seja, a meu ver, bastante mais negra que a que foi traçada a nível da notícia do JN!

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