03 novembro 2004







MAIS DO MESMO, OUTRA VEZ…

A vitória da mentira como arma de destruição maciça, assim alguém classificou hoje a vitória de um dos personagens mais sinistros do mundo, pelo que representa, pelo que personifica, pela imagem que criou ou que lhe foi criada, pelos interesses que sustenta e defende, pelos ideais retrógrados a que está associado, esta é a vitória das trevas e do absolutismo, imagem de mais um dia negro deste novo século.

Mais 4 anos de intolerância, de intransigência, de cedência aos mais obscuros princípios de convivências entre povos e nações. É também mais um tiro no pé na luta contra o terrorismo, nas suas mais diversas facetas. A partir de agora, é natural que se vá assistir a mais mortes no Iraque, mais pilhagem no 3º Mundo, mais radicalização na guerra do Médio Oriente, mais perseguição aos livres-pensadores em todo o Mundo, mais desprezo pelo ambiente e pelos direitos humanos, mais atentados, mais raptos, mais insegurança e sempre menos e menos liberdade.

Esta é também a imagem de uma Nação cada vez mais virada sobre si própria, mais ignorante, mais intolerante, mais bélica e com medo. Será realmente medo do "terrorismo", ou será o medo da realidade que teimam em não aceitar, mergulhados que estão nos hambúrgueres e nas batatas fritas do MacDonalds? Gordos, tristes e ignorantes, versão rasca dos "feios, porcos e maus" do Ettore Scola, os americanos escolhem (mais uma vez?) um homem que é ele próprio o rosto da intolerância e da violência. Ao eleger este personagem a maioria dos americanos está a contribuir para um surto epidémico de repudio - lógico e natural - e cujas consequências são difíceis de prever; será que o Mundo vai aguentar mais 4 anos do mesmo e se calhar ainda pior, agora que a legitimação é evidente, o que não aconteceu em 2000?

Pelo que nos toca, cá teremos os habituais lacaios dos interesses mais obscuros a justificar (e a rejubilar!) com esta estrondosa vitória e a filosofar sobre a fraqueza da Europa e a pregar sobre as mais insólitas teorias securitárias, como se fosse esse o problema principal.

É realmente uma grande machadada na esperança e nas expectativas de quem ainda acredita ser possível uma transformação. Cabe a cada um, cada vez mais, um importante papel de resistência…

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