09 dezembro 2004

"ESTADO DE DIREITO" ou "ESTADO DA DIREITA"?

Quanto mais vemos, quanto mais ouvimos e lemos, mais custa admitir o estado de coisas a que chegou este País, sob a batuta desta equipa. Tristemente reconhecemos estar mais uma vez e, cada vez mais, na cauda da Europa, divergindo de uma forma assustadora dos níveis médios dos outros países. Números como estes, que ninguém desmente e que alegremente aparecem na comunicação social como bandeiras de um subdesenvolvimento mascarado com meia dúzia de indicadores de aparente sucesso: 2 milhões de cidadãos vivem abaixo do limiar da pobreza com um rendimento médio de 20 contos por mês, meio milhão de desempregados, sempre a subir de mês para mês, um PIB "per capita" que recua para os níveis de 1977 (74% da média europeia, segundo números do Eurostat) e que representa o ultimo lugar na UE.

A par desta situação de empobrecimento da grande maioria da população, o País atravessa uma descrença contínua relativamente ao que esperar para o próximo ano; descrença em relação à tão falada "retoma", mas descrença também (e se calhar, sobretudo) em relação á classe politica que nos governa, evidentes que são os sinais da mais completa trapalhada de que há memória na condução da coisa pública.

Há quem tenha responsabilidades nisto tudo e é bom que se aponte o dedo ao Presidente da Republica. Não só pelo facto de ter aval a este Governo, mas também pela confusão dos últimos dias, fala ou não fala, avisa ou não avisa o Presidente da AR, desmente ou não desmente, etc…, etc…

Por cada dia que passe que estes governantes que infelizmente ainda se encontram em funções, mais irão ser as trapalhadas, mais tempo (e dinheiro!) vão ser gastos e, naturalmente mal gastos. Ninguém entende (penso não ser só eu!) como é que um Governo que não presta, que não serve, que não consegue articular uma única medida, se encontra ainda em funções. Pior: não se entende como uma Assembleia dissolvida (mas, está ou não está dissolvida?) aprova um orçamento que é repudiado por todos os sectores, para daqui a 2 ou 3 meses estar a aprovar outro. Tudo isto é absolutamente incompreensível, só possível na confusão em que somos obrigados a viver.

O desenlace desta situação é portanto mais que urgente; é necessária uma mobilização geral das consciências deste País, para de todas as formas possíveis proclamar a indignação mais que justa perante o que se passa. Já chega de confusões, já chega de incompetência, ... já chega!

Mas afinal estamos num "Estado de Direito" ou num "Estado da Direita"???

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