23 setembro 2005

A CAMINHO DO 3º MUNDO 

Aqui se dá (justo) relevo a excertos de uma carta de um português atento (1), que eu subscrevo na íntegra, consciente de que é preciso cada vez mais uma posição de critica sistemática a esta mediocridade...

"Um cidadão português é apanhado a 200 Km por hora e não lhe é aplicada a multa de lei nem é apreendida a carta ao motorista. O cidadão em causa éo presidente do Tribunal Constitucional. O primeiro-ministro inaugura uma unidade industrial que labora ilegalmente em terrenos agrícolas desde 1997. O vice-presidente de uma câmara denuncia pressões do poder político e de promotores imobiliários para a aprovação de projectos urbanísticos.
Autarcas, dirigentes desportivos, ex-autarcas, candidatos a autarcas, ex-governantes, chefes de gabinete, amigos e angariadores de dinheiro para os partidos são arguidos ou estão indiciados como coniventes em processos de corrupção ou tráfico de influências... 
Estas são só algumas das notícias que se podem ler profusamente em quase toda a comunicação social. 
Não, não é em África. É em Portugal! 
Portugal tem um problema de corrupção. "A política dos solos tem sido moeda de troca para as mais variadas práticas fraudulentas e instrumento de enriquecimento pessoal". A autora destas frases é Maria JoséMorgado, insuspeita conhecedora da matéria em causa... 
João Cravinho diz que o governo deveria lançar uma política nacional anti-corrupção. Em sua opinião "não houve nenhum governo que enfrentasse este problema a sério" nos últimos 20 anos... 
A par disto tudo Portugal gasta 10 vezes mais em armas do que em ajuda humanitária... 
A par disto tudo, e talvez por isto tudo, Portugal não pára de perder lugares na lista dos países mais desenvolvidos do mundo e está já em 27º lugar no índice de desenvolvimento humano, tendo sido ultrapassado pela Eslovénia! 
A par disto tudo, e talvez por isto tudo, Portugal é o país da União Europeia em que o índice de repartição da riqueza é o mais desfavorável! 
Portugal já foi um país subdesenvolvido. Depois passou a país em vias de desenvolvimento mais para distinguir o subdesenvolvimento negro do subdesenvolvimento branco. Qualquer dia vai ter que se arranjar uma nova designação para, mais uma vez, este país se manter no seio de um clube ao qual não sabe ou não tem capacidade para pertencer.

Ou então deixa de fingir e passa mesmo para o 3º mundo. É só uma questão de se assumir...
"

(1) Carta publicada por António J. Ribeiro em Noticias Lusófonas, in http://www.noticiaslusofonas.com/view.php?load=arcview&article=11529&catogory=Lusófias

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