05 março 2017

PEQUENOS DRAMAS DE UM PAÍS QUE NÃO ESTÁ À BEIRA-MAR PLANTADO, MAS QUE TEM UM CLUBE QUE CHAMA BEIRA MAR


Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara
Do Livro dos Conselhos, citado José Saramago, em “Ensaio Sobre A Cegueira”, 1995 

Pode nada ter a ver com o assunto. O certo e é verdade, o Beira-Mar existe e o País já foi (há muito tempo) plantado, não há razão para voltar a ser. Plantadas foram (umas há muito tempo, outras nem tanto) algumas espécies que entretanto floresceram numa época para esquecer, vingaram, ficaram na sombra (porque ao Sol deterioravam), encheram-se de brios e vá de atacar a perigosíssima invasão dos alienígenas vermelhos, ou mais ou menos disfarçados, não tementes a Deus e à virgem Maria, que apareceu em Fátima e agora não aparece mais porque (há muito tempo) não há vagas nos hotéis da vila. Algumas e alguns, até têm uma certa piada, há quem ainda se ria, porque afinal é uma boa receita e não precisa ser aviada na botica. Me perdoem os crentes, não é meu propósito atacar, nem a crença em si (uma vez que em mim não pega…), nem a pessoa em particular que crê, no sentido em que o Beira-Mar existe e o resto não se sabe bem. Pululam alegremente pelos sítios bem frequentados e pelas redacções, não aquelas que as meninas e os meninos faziam dantes, mas umas outras que são ocupados por meninas e meninos pagas e pagos abaixo da média e que estão de facto abaixo da média (bastante abaixo…) num outro sentido. Descansem que são poupados todos aqueles que nada fazem por mudar, porque dá muito trabalho mexer neles (porque simplesmente já nem se mexem). Mudar de vida é uma coisa complicada, embora valha a pena seguir o António, que assim canta (cantava aliás…), “Muda de vida/se tu não vives satisfeito/Muda de vida, estás sempre a tempo de mudar
1. TEODORA, VAI-TE EMBORA!
Para que serve uma Teodora, quando a casa vai para fora? Oh Teodora, olha que é verdade, já querem importar a nossa solução. Só que tu Teodora, não és solução, és um problema. Acordaste agora Teodora, com medo dos socialistas, que não passam de comunistas travestidos e de brinco na orelha.
(Ai, o meu tempo, os santinhos, o doutor caetano, o doutor Salazar, era outra coisa, havia respeito…)
Teodora, até o Presidente de Direita goza contigo.
A ascensão do sonoro (início dos anos 30) trouxe o Teodoro (…não vás ao sonoro), parodiando a ascensão do cinema com som.
A ascensão da Esquerda, trouxe a Teodora. Agora como antes, a paródia. Só que agora, apetece fazer de novo o apelo, que poderia ser:
Teodora, não fiques cá, vai-te embora!
2. NÚNCIO, ÉS CAVALEIRO OU APOSTÓLICO?
Oh homem, após estudar com algum detalhe a tua história e o teu “apego” à causa pública, fico estarrecido e nem sei que diga.
Mas digo.
Digo então que a lata é maior que a linha. Vais ter que fazer melhor, porque toda a gente ficou a perceber que estiveste pura e simplesmente nas tintas para a populaça. E nem sequer te safas com a demissão dos altos cargos no partido, o tal que quer (ou queria, já nem sei bem) ser dos contribuintes. Aqueles (contribuintes) para quem te estiveste nas tintas durante o teu mandato.
E vem agora, (cuidado!) o ex-director-geral da Autoridade tal e coisa, afirmar ter solicitado por duas vezes, autorização para publicar dados referentes às transferências de dinheiro para paraísos fiscais, mas que em nenhum dos casos viu os seus pedidos deferidos.
Da história reza a ilustre família das tauromaquias, a nobre arte dos cavaleiros lusitanos, agora caída em desgraça (digo eu). Ou a história do apostólico dito, coisa que não domino suficientemente bem, para aqui abordar com clareza, mas que li na Wikipedia que é uma coisa que “…que goza dos mesmos privilégios e imunidades que uma embaixada”.
Isto é muito sério.
3. CRISTA TEM CRISTA OU É SACRISTA?
De ti me lembro muitas vezes a propósito do decreto sobre o número de gatos ou cães preconizados em diploma governamental. Ou de com o pedias chuva ao reino dos céus, oh gente de fé.
Se calhar não estavas à espera disto.
Diz o significado, que “Sacrista” é aquela ou aquele que é “…responsável pela limpeza, organização ou guarda de uma igreja ou da sacristia”. E diz também, em sentido figurado que pode ser uma “pessoa que finge ser beata, mas não é”. E diz outras coisas que aqui não são citadas, por mero decoro.
Oh Cristas, andas mesmo a limpar a “sacristia”? O Portas deixou-te um lindo serviço.
Desconheço, e não estou nada interessado, na tua beatitude, ou se é sincera ou não. Tanto me faz. Apenas sei que, de cada vez que levantas a crista, a coisa dá para o torto.
Vê se metes na linha o Motoreta Soares, que aquilo que ele anda a dizer sobre ordenados altos nas empresas públicas, dá mesmo (vindo de quem vem) vómitos.
.   4. RANGEL É UM TIGRE DE PAPEL
Não é para forçar uma singela rima, mas ninguém dá crédito aquela figura que, faz agora a campanha maior pelo descrédito do Governo e das Esquerdas.
Sempre que estala uma notícia, aí está o homem, de pena em punho ou de viva voz, uma vez que consegue estar em tudo quanto é sitio e sirva para a má-língua política.
Tu que fazes parte da caterva mais fanática de que há memória, oh Rangel, queres levar para a Europa o que de pior em Portugal? Não tens vergonha de “proteger” o comissário Oettinger, xenófobo, nazi declarado e amigo de corruptos e autoritários? Pelos visto só te interessa a demissão do Centeno.
Oh Rangel, não passas de um tigre de papel, uma marioneta nas mãos da turba que rapidamente, quando for o tempo, alegremente te “dispensará”.
5. O GOMES FERREIRA É LIXO OU POLÍTICA TRAULITEIRA?
Bem, as duas coisas, se não se importam. Este indivíduo cumpre o papel do velhaco que não se conforma com a realidade. E está sempre do mesmo lado da luta, que para ele é cobrar ao patrão a factura que outros não podem cobrar.
Oh Ferreira, mas que grande bandalheira. Então vais dizer que a emissão de dívida subordinada se destinava a “enganar velhinhas”, porquê meu deus, isso é coisa que se diga em público, e ainda por cima alcovitado que estavas por aqueles dois acólitos?
Tu devias era ser director do Povo Livre, ou lá como se chama aquilo…
Mas tu lá vais levando a água ao teu moinho, ou seja ao moinho da São Caetano, eles precisam já que metem água todos os dias e aquilo às tantas vai mesmo afundar-se.
És o verdadeiro tipo às direitas, agora rebaptizado de “tipo das Direitas”.
Deixa que a gente percebe-te e compreende-te.
Oh Ferreira, em quanto é que está a tua cláusula de rescisão?
6. O BRAGA FADISTA DE OUTROS TEMPOS
No fado se firmou a partir de um tempo que era outro quando ele era o mesmo. Confuso? Talvez sim ou talvez não, para mal dos nossos pecados. Sim porque somos todas e todos uns grandes pecadores que, a seu devido tempo, irão prestar contas à senhora do Sameiro. Ele que é Braga de nome, o sabe melhor que todas e todos nós. Pretos e gays misturados ou sozinhos invadiram o teu espaço puritano, oh Braga! E ainda por cima cheios de Óscares, quando deviam eram estar a levar porrada, em qualquer cela, que melhor não merecem. Andam tranquilos por tudo quanto é sítio, ofendendo os brandos costumes dos portugueses de bigode farfalhudo que vão às touradas e batem na mulher, mesmo que só de vez em quando.
Oh Braga, foste longe demais, mas preservas de facto bem viva a verdadeira e pura missão da raça, fado maior (ou menor não sei bem) lusitano, pátria minha (quero dizer, tua) bem-amada, com licença, amém.

Assim se inscrevem na história 6 portugueses de quem nos devemos orgulhar. De gerações diversas, afinal manifestam uma constância de cariz conservador, que sinceramente lhes assenta muito bem. Cada uma e cada um, na sua esfera de influência, nos faz diariamente rir. E isso, não é mau. Pode não ser muito bom para a sua causa (a deles, claro), mas ficam bem. É quase como gostarmos muito do treinador da equipa adversária, porque está fazer um péssimo trabalho e nós gostamos disso, porque é bom para a nossa equipa.
Assinale-se para finalizar que o autor da figura do “beira mar plantado” era um romântico dos finais do século IXX, um ilustre conservador que, ao seu tempo, clamava contra a falta de respeito dos jovens para com as cãs e glórias proclamadas e reconhecida.
Estas e estes estão a repescar o Tomás Ribeiro, viva a Nação!
E, caso não sejam de Aveiro, esqueçam o Beira-Mar.

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