05 outubro 2019





Nem o adiantado da hora me impede de vociferar contra a “reflexão”. 
Não é o dia em si, que tem de mal a implantação da República e que tem a ver com a “coisa”, que não deixa que se fala dela, sem ferir os sentimentos pífios do legislador, sensível de tão idiota, estúpido que nem uma porta? 
Porta que fica aberta, para dizer o que me apetece sobre a coisa, de tão gasta pela media (ou midia?) que fica suja de mau uso e não permite limpeza possível. Que me valha, sei lá, santa apolónia, que tem cara de estação e que é rija que nem uma locomotiva! 
Se a futura composição da AR, está dentro (ou fora) da reflexão, que reflictam aqueles (e àquelas) que fizerem a dita prescrição. No seu perfeito juízo, mais valera virem para rua gritar o nome do seu partido, pregando uma partida aquelas (e aqueles) que descansam no pensamento pífio de votar (por exemplo) PRP e se arrependam, pela noite fora, da sua lucubração. Se pensáramos o contrário, lá está o Poeta [1] a avisar “Querer não é poder. Quem pode, quis antes de poder só depois de poder. Quem quer, nunca há-de poder, porque se perde em querer.”
Ao atacar a instituição respeitável, em coisa tão parva, estamos a praticar a saudável loucura da desobediência, a palavra que os burocratas execram, de tão ofensiva à sua mentalidade de dois neurónios, um pequeno e outro assim-assim.
Mandemos pois às malvas a reflexão, só iremos reflectir quando nos aprouver. Era até simpático que me viessem impor uma multa, que nunca seria paga, à luz do altíssimo e digníssimo estupor que mora na cabeça do legislador, morto que está na sua toca onde ninguém ousa entrar de tão fétido que caga as tais postas da pescada mais podre do mercado de futuros, perdão do futuro.
Disse.

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[1] Fernando Pessoa

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