11 junho 2023

 SEMPRE A “SUMAR”

 

 

As condições desesperadas em que vivo enchem-me de esperança

K. Marx (ao seu Amigo Arnold Ruge, 1843)

 

Com a devida distância daqueles tempos, começamos por saudar Yolanda.




 

Porque simplesmente quis somar e conseguir SUMAR.

Há quem prefira, usando a metáfora matemática, a divisão, que se costuma dizer, para melhor reinar. Há quem goste de subtrair ao bando algumas ovelhas tresmalhadas, para as treinar segundo a ordem convencional. Conveniente.

Nós preferimos a adição, a operação que junta e agrega. Que leva à multiplicação de esforços, afinal ela não passa de uma adição especial, sucessiva, de um número por ele mesmo. Uma das propriedades importantes da adição é a propriedade associativa, nela se consubstancia a independência da ordem em que realizamos as somas, para um mesmo resultado.

 

Pedíais un acuerdo y hemos conseguido un acuerdo”, assim disse Yolanda.

A líder do SUMAR Yolanda Díaz, sublinhou que todos os partidos estiveram à altura "da situação" e deram "o melhor de si". Reivindicou o "melhor" acordo da esquerda espanhola e proclamou que, após este pacto de "esperança", começa uma campanha sem medos.

Assim foi. E neste momento, Alianza Verde, Izquierda Unida, Podemos e Verdes, serão SUMAR            .

 

Parece simples. Parece tão fácil, abdicar de preconceitos e ideias feitas, que por vezes nos toldam o raciocínio, que de parecer lógico pode conduzir a uma lógica distorcida, de tal forma a dialéctica nos apanha em considerações fúteis. O desajuste que muitas vezes assola as Esquerdas pode, num momento concreto, ajustar-se às legítimas pretensões dos trabalhadores e voltar-se para a realidade diária de quem vê a sua condição degradar-se, dia a dia, hora a hora.

E onde está a Luta?

Se ainda significa algo e significa decerto, a unidade na acção merece atenção especial, pedias um acordo, conseguimos ao acordo.

Já assim foi com Mélenchon, numa França Insubmissa.

 

Assim pode (e deve) ser em Portugal.

Assim teve (e tem) sentido a constituição do Movimento FA25ABRIL (Frente Ampla 25 de Abril), que se apresentou publicamente no Porto, a 6 de Maio passado. Aí se lembrou a necessidade da reafirmação do papel político de uma Esquerda maioritariamente presente, no plano social, da reabilitação dos valores que fizeram a Revolução, da mudança de discurso e de atitude. Ainda, da necessidade de a Esquerda ser politicamente activa, marcar a agenda e não ser simplesmente reactiva, de conquistar a comunicação social, ter um papel de relevo, contra o discurso e contra a política do espectáculo, de ouvir os cidadãos e as suas organizações de base, as associações, as cooperativas, os sindicatos e outras.

O principal objectivo deste Movimento, é, conforme se afirma no Manifesto, “...o lançamento da proposta de uma candidatura unitária às legislativas de 2026, que deve ser concretizada, através de processos de democracia participativa e representativa, com um programa eleitoral será construído no diálogo entre partidos políticos de esquerda, organizações populares e cidadãos”.

 

Quem vê algum interesse neste Movimento, é decerto bem-vindo, na tentativa de SOMAR. Quem apoia o que afirma no Manifesto, “...um programa em consonância com os princípios da Constituição da República Portuguesa, saída da Revolução de Abril”, que garanta “...um modelo de Estado Social constituído por serviços públicos universais e gratuitos, segurança social financiada pela solidariedade entre gerações, direito do trabalho com forte protecção da parte mais frágil na relação laboral, propriedade pública de monopólios naturais e serviços de interesse geral, tributação progressiva, direito a uma habitação condigna e promoção do pleno emprego.”, que se junte para SOMAR.

Pode ser que se consiga. 

Para tal, “basta”, citando Yolanda, que todos (mesmo todos) estejam “à altura da situação" e consigam dar "o melhor de si", para alcançar um "melhor acordo”.

 

Ainda vamos a tempo!

 


09 junho 2023

 HARARI NA ESTUFA, QUE FRIO...


O mestre da banalidade e de uma estupidez bem instituida. 
Não é capaz de produzir uma linha que seja com interesse, a não ser o de polir as botas cardadas da chamada "democracia liberal". Para contento das mentes brilhantes de um Ocidente decadente e falido, é um dos líderes de opinião que não lidera coisa alguma que não seja o seu "pensamento" deslizante. 
O pode ser que seja, se não for tanto faz, a prosápia irritante de quem dá vinte e uma lições ao século vinte e um e passeia pelo mundo a sua superficialidade. Há quem defenda que ele desvenda questões políticas, tecnológicas, sociais e existenciais. Será porventura mais venda que desvenda.
Haverá maior banalidade do que esta, "Num mundo inundado de informações irrelevantes, clareza é poder.”? 
Afundado no seu pensamento dourado e capitalisticamente protegido, o Mestre que investe no futuro, vai somando dólares à cátedra, enquanto os seres da plateia são dispensados de pensar, porque ele pensa por todos, um dia ninguém se lembrará dele, mas que importa, hoje é espectáculo, afinal quem sou eu?


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