08 outubro 2023

MOEDAS É UMA TROTINETE DESCONTROLADA

Uma trotinete é um objecto que não serve para nada, a não ser para atrapalhar a vida do cidadão que trabalha. Paris acabou de vez com essa inutilidade modernista. É patético ver uma pessoa em cima de uma coisa daquelas. Chega a interrogar-se se “aquilo” é um ser vivo ou um androide elementar a quem se dá uma moeda para  fazer qualquer coisa. E essa coisa é precisamente atrapalhar. Vejamos, quem utiliza aquela patetice? Meia dúzia de jovens tontos que mais valera que andassem a pé e, claro, a turistada, essa espécie menor que invade as cidades e que deixa uma pegada terrível, mas quem alguém inventou um dia ser a sobrevivência da espécie lusitana, que, pelos vistos, não possui nada de concreto a que se agarrar. O que é verdade é que as trotinetes eléctricas são um perigo mortal à solta, mas que ninguém parece querer ver, particularmente os responsáveis autárquicos, que parecem conviver bem com a maldita moda, que coloca em risco pessoas e bens e já causou acidentes mortais. E as polícias, tão pressurosas com a dita “ordem pública”, não são capazes sequer de chamar a atenção (eu diria outra coisa...) a um idiota qualquer que insiste em passear em cima daquilo nos passeios dos peões.

 

Alguém deve ter dado uma “moeda” aquele senhor que preside à primeira autarquia do País, precisamente a que mais sofre com a “invasão” dos turistas de pé rapado e que incomoda sobremaneira o ritmo normal da Cidade. Esse senhor que não tem uma palavra para os reais problemas dos seus concidadãos, particularmente da habitação, descontrolou-se, como qualquer aparelho daqueles, e inventou a melhor coisa para a cidade de Lisboa: uma comemoração do 25 de Novembro. É absolutamente fabulosa a ideia do senhor, que parece ser um misto de trotinete e unicórnio (seja lá o que isso for) e que existe no universo “maravilhoso” dos eventos. Que são variados e encorajadores para a maioria dos cidadãos, nomeadamente visitas e cerimoniais tipo “Leadership Summit Portugal”. Se não sabem o que isto é, também não faz mal, mas sempre vos digo que é uma espécie de “reborn from chaos”, ou, se preferirem, um “path for a new renaissance”. Ficaram na mesma? Ainda bem, não perdem nada. 

 

O dito senhor, que quer (pelos vistos) catapultar-se a “qualquer coisa maior”, libertou-se finalmente “...dos preconceitos e dos paradigmas que impedem a sua versatilidade, flexibilidade, criatividade e visão ampla”. E, sabendo que, “O mundo está a dar cartas, mas o jogo quem o vai jogar são as novas lideranças, as que se reerguerem para o novo mundo renascido”, assume assim o protagonismo que pensa merecer. [Agradeço que não me venham perguntar onde é que eu fui retirar aquelas “sentenças” ...]

 

Então é isso. 

Mesmo que a “trotinete descontrolada” que dá por aquele sonante nome (sonante, porque faz barulho quando cai...) saiba decerto muito pouco sobre a "famosa" data de 1975, saberá pelo menos de onde vem o “apetite” por celebrar o “evento”. E sabe (isso sabe, de certeza) quem o apoiará naquela que, segundo ele acha, vai ser “uma grande iniciativa". 

E como se sabe da importância que terá comemorar o dito 25, fica-se a saber da importância das trotinetes descontroladas.


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