05 maio 2024

UMA NOITE DE TERROR NO PORTO

 



 















A noite e a madrugada de 4 de Maio marcam o terror para os imigrantes do Bonfim, barbaramente agredidos por uma horda fascista e racista, na Cidade. São covardes que atentam contra a vida e os direitos humanos, indignos e indigentes, que apenas têm na cabeça excrementos da sua existência miserável. 

Quando encapuzados forçam a entrada em casa de emigrantes e os agridem com paus e sabe lá com que mais, como conta a reportagem do jornal Público, estamos perante (mais) um caso de violência intolerável, provocada por energúmenos que não merecem a Liberdade e que não são capazes de conviver com a diferença e com a tolerância. É absolutamente inadmissível que as polícias apenas consigam dizer que vão investigar, quando se conhece bem esta linguagem, que tolera e permite comportamentos daqueles. Aliás, diga-se de passagem, que as polícias estão quase sempre do lado dos agressores, basta ver a forma como reprimem as pessoas diferentes, nas suas manifestações pacíficas. E já agora, a forma como toleram, no seu seio, verdadeiros racistas e fascistas.

Quem conhece e lida com este tipo de gente, que nem merece que isso lhe chamem, sabe bem que estão dispostos a tudo, mesmo a matar. Querem e ostentam, no seu discurso e actos, a “limpeza”, que não é mais que, pura e simplesmente, sinónimo de eliminação.

Segundo o relato do Jornal, os cidadãos emigrantes fogem assustados pelo telhado e provocam barulho e estragos que alguém se apressa a perguntar “quem paga os prejuízos?”, aparentemente uma lamúria que encobre o sentimento racista e xenófobo de quem acha que “eles” estão a mais e que “...deveriam ir para a sua terra”. Alguém, na sua infinita estupidez, diz não acreditar que a casa tenha sido invadida sem motivo, “...alguma coisa devem ter feito”, a costumeira lengalenga de quem apenas pensa em si próprio e não faz a mínima ideia do que é uma sociedade solidária.

Ao dizermos que tudo isto tem que terminar, como o faz o Presidente da República, salientando que “...a violência racial e a xenofobia não têm lugar na sociedade portuguesa” deveria passar das palavras aos actos e pugnar pela igualdade de tratamento, numa sociedade profundamente desigual. Ao condenar “...veementemente, em meu nome pessoal e do Governo português, os ataques racistas desta noite...”, Montenegro diz exprimir solidariedade “...com as vítimas e reafirmo tolerância zero ao ódio e violência xenófoba”. E não deixa de elogiar “...o trabalho das nossas forças de segurança”. Aqui deve dizer-se, com toda a frontalidade, que aquelas forças são as mesmas a quem se deve atribuir a enorme responsabilidade de nada fazer, na maior parte dos casos, e noutros, de incentivar o “trabalho” dos nazis e racistas.

O principal e verdadeiro problema, é que as políticas que os “responsáveis” defendem e praticam, promovem e semeiam a injustiça e a desigualdade. 

E o medo de ser ... apenas um cidadão.


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