25 julho 2004







>PAREDES PARA SEMPRE...UM MOVIMENTO PERPÉTUO

Perdidos na tortuosa fúria dos dias, nem damos pelo que acontece à nossa volta, num ápice as pessoas desaparecem e recordamos delas a saudade imensa, numa tristeza desmedida. Carlos Paredes era (é) a imagem nobre da cultura portuguesa, a sua guitarra, a nossa guitarra portuguesa que o Carlos elevou à dignidade que merecia, ela que deixou a choradeira dum passado de medo e de vergonha e que levou o nome de Portugal a vários cantos do Mundo. Um homem de uma simplicidade notável, longe do estrelato, mas perto das pessoas de que ele gostava, de um povo que lutou (e luta ainda) pela sua emancipação. Paredes, cuja genialidade ultrapassa os “Verde Anos”, ao sentir da alma portuguesa e à sua implicação com as transformações sociais.

Morreu a saudade da nossa vida!

Tantas perdas que sofremos neste tempo! Sofia, Pintassilgo, Regiani e agora Paredes, pessoas que marcaram o nosso tempo de forma definitiva. Num mundo cada vez mais desumanizado, pautado pela intolerância, pelo arrivismo, por uma tremenda falta de qualidade, é triste ver partir aqueles que foram referências incontornáveis.

“Uma história triste e injusta para quem descobriu o lado luminoso da guitarra portuguesa”, assim classificava João Miguel Tavares a circunstância de há já 5 anos Carlos Paredes ter sido impedido por doença de tocar a sua guitarra.

Para sempre Carlos Paredes, a tua guitarra não vai parar nunca de tocar, por um Mundo melhor, um autêntico “Movimento Perpétuo”!


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