11 março 2005




A ROLHA SEM GOSTO…

Ainda há poucos dias me confessava, num jantar de amigos, que vale a pena lutar pela defesa da qualidade. Isto a propósito de várias coisas, conversas quer se têm, sobre isto, sobre aquilo, toda a gente se queixa do mesmo, da indiferença, da mediocridade, do deixa-andar bem à portuguesa. O que se faz de bom não tem valor, o que chama a atenção do país é o pequeno escândalo, a notícia chocante, a boca mandada á socapa.

Quisera estar com ela no EuroParque, mas outros ventos me levaram para outras paragens nesse dia. No dia em que Alzira e o seu Centro Tecnológico da Cortiça deram a conhecer a invenção da rolha sem gosto: 2 anos de investigação, com os "recursos da casa", como atesta a notícia do Publico de 10 de Março. Investigação fundamental para Portugal, dada a possibilidade de consolidação da cortiça num mercado difícil e com grandes ameaças, nomeadamente as dos concorrentes sintéticos.

Para se provar que há País para além da mediania comum, lamentada no dia a dia. Para além do défice, para além das tricas das celebridades com ou sem quintas. Que a aposta na qualidade e na qualificação dos recursos humanos é o caminho a seguir para a verdadeira sociedade do conhecimento.

Sei das dificuldades que neste País existem para se trilhar um caminho diferente, com um discurso diferente. E a diferença estará somente na atitude em relação ao que nos rodeia. Uma atitude positiva, pela mudança e pela transformação. Porque vale a pena, porque simplesmente faz parte da vida e da luta que travamos por uma sociedade melhor.

Para a Alzira, uma palavra de carinho, com o gosto de uma rolha que bem ficaria na boca de muitos que neste País falam, sem terem nada para dizer aos outros…

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