13 maio 2005

PARA QUE SERVE UMA "QUEIMA"?

É mais um balanço desastroso de mais uma "QUEIMA" na cidade de Braga. Mais uma semana de bebedeiras, de barulho até às tantas da madrugada numa zona residencial da cidade. Ano após ano, ninguém é capaz de fazer nada contra o estado de coisas a que a Câmara, o Governo Civil e pelos vistos a prestimosa Associação de Estudantes "condenaram" milhares de pessoas indefesas que moram na zona. Consta até (…) que em 2003, as autoridades (?) pretenderam deslocalizar a "festa" para outro lado, mas a Associação não quis, porque tal era um prejuízo enorme. E como em outras situações do género, esta Câmara acedeu, porque os interesses corporativos de um pequeno (ínfimo, digo eu…) grupo se devem sobrepor aos do interesse geral. Nada que me admire, aliás deste executivo camarário. Até há bem pouco tempo existia, em plena baixa, um bar que debitava decibéis até às tantas; claro que o dito bar era pertença de um familiar do digníssimo presidente…

Para que serve então a tal "QUEIMA", nesta terra santificada, seja lá como? Talvez para acicatar a opinião generalizada de que os estudantes mais não fazem ao longo do ano do que irritar solenemente durante uma semana inteira, uma grande parte da cidade que nem consegue dormir descansada…

Estamos pois perante mais um caso de calamidade pública pior que a seca. Eu sinceramente gostava de saber em quantas cidades do mundo civilizado acontece o mesmo. Como se salvaguarda a lei do ruído, a defesa dos direitos das pessoas, o direito ao descanso, sei lá que mais. Quanto é que tais coisas pesam para esta Câmara, quanto vale o direito do cidadão comum. E já não falo dos direitos culturais, numa terra onde isso vale ao que parece simplesmente nada, como se pode ver em termos de iniciativas locais em termos de cultura. Uma cidade bacoca, parola, que cresce em cimento e betão e decresce em tudo que se relaciona com o respeito pelas pessoas.

Mas "eles" pelos vistos não pensam assim. E atacam ferozmente quem contra eles investe. Têm todo o poder, tal como no tempo do fascismo, ao serviço dos interesses dos grupos estabelecidos, pavoneiam-se por aí, produzem declarações parvas e cretinas e agarram-se cada vez mais uns aos outros, quanto toca a rebate. Pior, ao abrigo da democracia que os legitima, arrastam-se na lama do favor, da pequena política e do mais profundo desprezo pelo tal "povão" que neles vota sucessivamente; até quando?

Ao menos, digo eu aos cidadãos comuns, pensem na hora decisiva; organizem-se, não sejam carneiros, não tenham medo. "Eles" não duram sempre…

This page is powered by Blogger. Isn't yours?