14 maio 2006


O ENGENHO E A OBRA

Podia ser somente um sonho, porque afinal é o sonho que comanda a vida...
Foi
assim que iniciei a minha intervenção na Conferência que, aos 12 de Maio, a Associação ENGENHO & OBRA E&O, promoveu no Porto. A E&O, que ajudei a construir, no sentido de poder de alguma forma contribuir para o que se considera desenvolvimento e cooperação com os países mais desfavorecidos, numa perspectiva de partilha, intercâmbio e solidariedade.

Ora acontece que esse sonho tem um significado especial: é um sonho possível e, como bem diz Fernando Pessoa ...o sonho que nos promete o possível intromete-se com a própria vida e delega nela a sua solução

Há 6 meses atrás iniciamos um processo que conduziu à constituição da E&O. Dezenas de reuniões efectuadas,encontros com entidades, personalidades ligadas ao desenvolvimento e a cooperação, pessoas dos mais diversos sectores de actividade, as quais pelo seu perfil nos pareceram indicadas para apoiar a iniciativa e futuramente poderem integrar equipas e desenvolver projectos em concreto. Contactos com os gabinetes governamentais ligados a esta área, completaram o cenário. Centenas de mensagens enviadas um pouco para todo o lado, passando a ideia, mostrando as nossas intenções e propósitos, explicitando os nossos objectivos, dando a conhecer o que íamos conseguindo, fornecendo documentação de apoio e informação.

A E&O é neste momento uma instituição sem fins lucrativos, uma Associação para o Desenvolvimento e Cooperação, reconhecida e registada conforme a lei portuguesa, segundo escritura publica realizada no passado dia 29 de Abril e formalizada no dia 12 de Maio com a 1ª Assembleia Geral, que elegeu os corpos sociais. Um grupo de jovens de todas as idades, antropólogos, artistas plásticos, arquitectos, economistas, engenheiros, estudantes, médicos, professores, sociólogos, técnicos de marketing, técnicos de relações internacionais, técnicos de serviço social, distribuídos pelo país e estrangeiro. O nosso teatro é o Mundo dos países terceiros e em especial o dos PALOP, onde a responsabilidade de Portugal é grande e onde a cooperação tem um significado muito especial. A Associação propõe-se desde jáconstituir-se como ONGD, Organização Não-governamental para o desenvolvimento.

A E&O
irá desenvolver a sua intervenção em áreas como a engenharia tradicional (electrotecnia, mecânica, civil, electrónica, minas, telecomunicações, ...), recursos hídricos e meio ambiente, educação para o desenvolvimento, formação profissional (de técnicos, consultores, professores, formadores e empreendedores) e ainda da cultura e cidadania (iniciativas culturais de apoio e difusão da língua portuguesa no mundo e a promoção do conceito de lusofonia). Tudo baseado em Projectos que possam significar e promover a autonomia das populações.

A comunicação social, devidamente contactada a tempo e horas ignorou completamente a iniciativa. Preocupada porventura com notícias mais importantes, como as velhas tricas domésticas, ou com as pequenas desgraçasdo dia a dia que nos consome, fez vista grossa. Nada que me admire. Não culpo os senhores jornalistas, que pelos vistos, vão onde são mandados. Culpo sim os senhores patrões dos grandes órgãos. Protesto pois! Se de alguma coisa vale o protesto, fica o registo. Ao fim e ao cabo também são responsáveis por esta globalização, em que a informação é o rosto de um poder que começa a asfixiar. Mas há quem resista e nos temos todo o gosto em aí nos incluirmos. O papel das organizações não governamentais é e continuará a ser a luta pela inclusão social em qualquer parte do Mundo. A questão é saber se conseguiremos e como arrastar a sociedade civil para a problemática mais que actual do desenvolvimento sustentável.

Estamos aí!

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