08 fevereiro 2007

Claro que SIM! 

Um estudo recentemente realizado pela Associação para o Planeamento Familiar (APF) com o apoio do Inovation Fund da Federação Internacional de Planeamento Familia, sobre a situação do aborto em Portugal, mostra algumas situações e realidades que convém situar, sobretudo para aqueles que tentam mistificar e confundir o eleitorado na hora da decisão. Eis algumas:
a) o aborto provocado é um problema que afecta centenas de milhares (cerca de 354 000 segundo o estudo) de mulheres portuguesas, ainda que seja praticado por uma minoria das mulheres (14,5%);
b) o aborto ocorre em mulheres de todas as idades e, tomando como indicador social o grau de instrução, acontece em mulheres de todas as condições sociais e sobretudo em mulheres casadas. Portanto o aborto não é um fenómeno que toca somente as mulheres mais jovens, sós, e mais pobres.
c) a sua grande maioria, em mais de 70% dos casos, os abortos foram realizados até às 10 semanas (89% até às 12 semanas) pelo que, mesmo em condições de clandestinidade, estamos perante uma situação de abortos precoces
d) a grande maioria dos abortos provocados aconteceram emPortugal (85%), em estabelecimentos ou locais não autorizados para a prática de IVG como casas, clínicas ou consultórios particulares;
e) uma em cada cinco mulheres que aborta teve complicações graves após o aborto.

Entre os argumentos mais significativos para votar SIM estácertamente o de acabar com a praga do aborto clandestino; quem fala contra dizendo que não se trata de despenalizar mas sim de liberalizar, devia pensar que liberalizado já ele estáagora! O argumento vira-se contra os argumentadores e se calhar percebendo isso mesmo vá de arranjar forma de confundir os eleitores...

Insistir no SIM significa pois que deverá competir ao Estado garantia de que as mulheres que necessitem de interromper voluntariamente uma gravidez, têm direito de uma decisão em segurança para a sua saúde e dignidade, de acordo com as várias recomendações das Nações Unidas e do Parlamento Europeu. Significavotar que acabe de uma vez por todas com o estado actual de penalização das mulheres. Significa ainda votar para que a AR seja capaz de legislar sobre as formas e acesso a um direito então consagrado.

E imperioso que dia 11 seja um dia de exaltação da palavra SIM; é um SIM aos direitos, liberdades e garantias, é um SIM à tolerância, é um SIM à solidariedade e é finalmente um SIM à cidadania e à democracia!

Por isso, Claro que SIM!!!

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