05 junho 2008



ALTOS CONCLUIOS...


A propósito da última decisão da chamada Alta Autoridade da Concorrência sobre as dúvidas quanto à uma cartelização do sector da distribuição de combustíveis, permito-me opinar que eu e muito boa gente, vítimas de extorsões sucessivas, não temos dúvida nenhuma. Aliás o que se passa naquele sector passa-se em muitos outros, como são (por exemplo) os casos do sector bancário e do sector farmacêutico. O que acontece são 2 coisas muito simples. A primeira tem a ver com a putativa independência das Altas Autoridades; as pessoas de bem não acreditam positivamente nisso; acreditam mais que esses organismos, prestam vassalagem descarada aos governos e às administrações das grandes companhias; ao fim e ao cabo, os seus dirigentes pertencem aquele grupelho do bloco central e circulam, conforme os ventos partidários, pelos lugares sempre em aberto. A segunda tem a ver com o sentido de oportunidade, ou seja, se na realidade existem para exercer autoridade (e ainda por cima Alta), deveriam exercê-la de facto e não estar sempre à espera que o Poder solicite esclarecimentos, dúvidas, receios, … A máquina está porém muito mais bem montada do que se imagina; funciona na perfeição e ao invés de dar corpo a sentimentos generalizados dos pagantes (ou seja nós, quase todos…) presta serviço ao poder instituído e aos grandes interesses da especulação.

E por falar em especulação, atente-se aos preços dos combustíveis, no final do mês de Maio de 2008. Segundo dados da Direcção Geral da Energia e dos Transportes (
http://ec.europa.eu/dgs/energy_transport/index_pt.html), o preço médio dos combustíveis em Portugal (gasolina: 1,501 e gasóleo: 1,426) está em 3ª lugar entre os mais caros, só ultrapassado pela Holanda e pela Bélgica! O preço em Espanha, o mais barato de entre 10 seleccionados é: gasolina: 1,205 e gasóleo: 1,269; a média na zona euro é: gasolina: 1,424 e gasóleo: 1,388. como somos um País rico, podemos dar ao luxo de ter os combustíveis mais caros que, por exemplo, a Alemanha, a França, a Itália, Luxemburgo, Reino Unido, para já não falar na Espanha…

Que respostas dá um Governo que se diz “socialista” e esta tremenda, descarada, desavergonhada, despudorada e devidamente engravatada especulação? Bom, é o mercado! Vejamos entretanto dados do I trimestre de 2008, da autoria do economista Eugénio Rosa: “…lucros extraordinários da GALP aumentaram 228,6 % no 1º trimestre do corrente ano de 2008; só no 1º trimestre de 2008, a GALP obteve um lucro extraordinário de 69 milhões de euros devido à especulação do preço do petróleo no mercado internacional e os lucros totais atingiram 175 milhões”. Até este Governo conseguir explicar porque razão temos os preços dos combustíveis mais caros da Europa e os ordenados mais baixos do espaço europeu, só podemos falar nestes termos: concluio, protecção dos interesses das petrolíferas.

Quanto ao resto, já se sabe: terá que haver força suficiente para respeitar os apelos aos boicotes divulgados, nomeadamente à GALP, BP e REPSOL; já que é o mercado que determina tudo, então vamos demonstrar que é possível alterar as ditas leis do mercado.

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