03 setembro 2008


CRÓNICAS MOÇAMBIQUE 1: Maputo


A chegada a Maputo a 20 de Agosto, um atribulado dia, após algumas confusões em Joanesburgo, (ficam decerto como complemento de viagem), há sempre algo de novo num País desconhecido. Alojado principescamente em casa do César, amigo novo, parceiro novo, anfitrião inexcedível, uma família encantadora. Do 29º andar, frente ao mar, avista-se a cidade em toda a sua extensão, uma delícia para a vista; à varanda, no fim da tarde, curte-se a cidade do alto, bebe-se um copo, apreende-se devagar a geometria das ruas e projectam-se passeios a pé. Até Sábado, dia de mudança para o Girassol Bahia Hotel, esperando o grupo que chega de Portugal. Comer bem e beber melhor, 3 dias de relaxe, pondo em dia conversas adiadas, falar dos amigos de longa data, reviver outros tempos.


Para quem passou quase 1 mês em Angola, a primeira sensação é a da limpeza das ruas; não existe aqui a pressão demográfica de Luanda, em contrapartida um assédio constante e premente dos vendedores de rua; num passeio de Sábado a pé pelas ruas é vê-los com panos, telas, cestos, bugigangas, artigos feitos à mão; na 24 de Julho, grande avenida de referência na capital, ao pé do Shopping Polana, é um rodopio constante e envolvente; refugio-me numa belíssima esplanada, mesmo assim abordado de longe, não faz mal, este dia não é para comprar nada, intervalo. Passeia-se pela baixa, sempre a pé, para sentir a cidade, fala-se com as pessoas, simpáticas sempre, uma indicação aqui outra acolá, acabamos por descobrir o que queremos, a avenida Lenine, a 25 de Setembro (data do Dia das Forças Armadas , feriado nacional em Moçambique ). No Domingo, já com o grupo completo, visitamos no Centro Cultural Franco-Moçambicano, uma belíssima exposição, passamos na Casa de Ferro, desenhada como casa do Governador, por Gustave Eiffel no final do século XIX, pela Estação Central dos Caminhos de Ferro, edifício também desenhado por Eiffel no início do século XX; acrescento ainda o belíssimo edifício do Instituto de Meteorologia e a Igreja de Sto. António da Polana; o mercado da baixa é uma delicia, fazemos compras para o jantar, camarões claro, que iria ser o prato forte, com muito jindungo (aqui é piri-piri, atenção!), acompanhado por bom vinho português.

Duas excelente reuniões de trabalho, no Ministério da Ciência e Tecnologia e na Faculdade de Engenharia, servem de ponto de partida para o nosso trabalho por cá, muita receptividade e boas perspectivas futuras; consolida-se a nossa presença em Moçambique, o nosso representante desmultiplica-se em proporcionar encontros e contactos interessantes.

Desenha-se a hipótese de uma viagem a Inhambane, a meio da semana próxima. Começa a preparar-se a partida, não sem equacionar todas as demarches necessárias, o alojamento, o aluguer da viatura, enfim aquela ânsia característica, quando não sabemos bem o que teremos pela frente, o mar que nos espera, tão perto e tão longe, são mais de 500 km para o Norte, como será o percurso, viemos de tão longe, onde nos vamos encontrar…

Maputo, 24 de Agosto 2008
Alf.

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