20 dezembro 2008

NATAL 2008

Em cada esquina uma amostra de cidade, uma pequena réstia de vida, uma série de sinais exteriores de nada, um vazio simbólico, uma pedra para atirar (um sapato, quiçá?), uma pequena revolta interior contra, não interessa quem. As luzes já não são neutras, o azul por exemplo já não é celeste, é tmn pois! Pagamos ousadias, desconfigurando a realidade, estamos porventura no centro de acontecimentos que podem transformar qualquer coisa que não sabemos bem, há sempre uma hora em que seremos protagonistas, uma cena patética de televisão, uma promessa? A vida será mesmo feita de pequenos nadas? Passeamos para lá e para cá, a vida é um grande centro comercial, as vaidades pagam-se caro, a euribor está descendo ou subindo (?), os bancos da cidade já não estão no jardim, mas moram em cada esquina, fazem medo porque tudo controlam. Há uma desconfiança crescente, parece que nada está no sítio, excepto a pobreza, essa sim que dia a dia se vai acentuando, um certo alheamento até que nos entre porta dentro, vemos ouvimos e lemos, mas parece que ignoramos. A ponte já não é uma passagem para a outra margem, porque nos dizem que tudo é global, que pena já não haver outra margem. Se tentamos partir para outra, há sempre alguém que nos diz: tem cuidado!

Enfim, é Natal, todos os anos acontece. Cá estamos para o receber, ou ele a nós, tanto vale. Enfiamos um capuz encarnado e sermos o tal pai (mãe, pois…) que sonhamos, porque temos a isso o tal direito. A hora de agir fica para depois, estamos de tal forma desatentos, que até toleramos, afinal somos todos desiguais de tanto iguais que nos querem fazer…

22 de Dezembro de 2008
Alf

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