08 março 2009


MARIA, MARIA...


Maria, Maria /É um dom, uma certa magia /Uma força que nos alerta/ Uma mulher que merece/ Viver e amar/ Como outra qualquer /Do planeta
Milton Nascimento; Fernando Brant; Ellis Regina
http://www.youtube.com/watch?v=v4O84Ta4ONg

E porque não dar-lhe neste Dia um nome, um rosto, embora ela não tivesse aquele nome, ele era o nome da força, da raça, da gana, do poder da mistura da dor e da alegria. Afinal quase todas usam, têm e gostam (?) do nome. Maria será nome de guerra, ou trivial designação de ser apenas mulher? Se vives no gueto, atravessas a avenida, ou te mostras na passarela, se carregas o filho que já esteve dentro de ti, ou simplesmente te moves em misteriosos caminhos (que podem ser hostis…), acabas sempre por ter essa “estranha mania de ter fé na vida....”Se o poema fosse microfone e falasse alto, ainda hoje se calhar diria para muitas mulheres “…por que vai de olhos no chão / silêncio – é tudo o que tem / quem vive na servidão[1]. No samba da vida danças ao ritmo certo daquela música maluca que vem e vai, que descansa e não dá descanso nenhum; tens alguém à espera, ou esperas alguém de quando em vez? Tens o perfume da linha de montagem, da terra vermelha que cultivas, ou do escritório, ou simplesmente do povo que lavas no rio? Num balanço de perdas e danos, provavelmente sais sempre a perder, apesar de teres “um dom, uma certa magia e uma força que nos alerta”

Acima de tudo companheira, camarada, cúmplice da mesma luta pela igualdade, pela inclusão, por acreditar que vale a pena acreditar!

Dia Internacional da Mulher – 2009
Alf.
[1] Alegre, Manuel, “Trova do Vento que Passa”

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