13 maio 2009

CRÓNICAS CABO-VERDE 2:

APRENDER COMPENSA ou “Uma questão de Democracia

Assim mesmo, “Uma questão de Democracia” é entendida a proposta da E&O, constante do Projecto RVCC. Por essa e outras razões a Reunião de ontem (6 de Maio) com o Dr. Florenço Varela, director da DGAEA (Direcção Geral de Alfabetização e Educação de Adultos de Cabo-Verde), significou (mais) um passo importante para a consolidação do Projecto, quer do ponto de vista conceptual, quer nalguns aspectos operacionais que tivemos ocasião de abordar. Isto para além da enorme simpatia com que o senhor Director me recebeu; não nos conhecíamos ainda pessoalmente, apesar de termos contactado já diversas vezes por telefone e por mail; para mim foi um grato prazer contactar pessoalmente com o nosso Parceiro nesta grande aventura que irá ser decerto a implementação do processo, cujo pólo central será aqui, em Cabo-Verde, estendendo-se à Guiné-Bissau e S. Tomé e Príncipe. Trata-se de reconhecer, certificar e validar as competências dos adultos, adquiridos por via não formal ou informal, em diferentes contextos de vida e de trabalho e que, por qualquer razão, não tiveram acesso à escolarização. Trata-se de um instrumento para a melhoria dos níveis de qualificação da população adulta, para a elevação dos respectivos níveis de escolaridade e para a melhoria das suas qualificações, quer para o contributo que o mesmo pode significar para uma maior equidade no acesso à escolaridade, designadamente um maior equilíbrio nas qualificações de ambos os géneros.

É um Projecto da E&O, que há mais de 2 anos tem vindo a ser preparado, pelos nossos técnicos (alguns dos quais contribuíram para a implementação do sistema no nosso País), com os países referidos, com parcerias devidamente identificadas, todas elas empenhadas também no sucesso de uma experiência-piloto, cuja meta final é extensiva a todos os países de língua portuguesa. O principal impacto do sistema é o aumento dos níveis de escolarização da população a que se destina. Tratando-se de adultos com baixos níveis de escolarização e que abandonaram a escola precocemente, realizar com sucesso um processo deste tipo (isto é, obter uma certificação escolar) permite aumentar a sua auto-estima e criar o interesse em continuar em processos subsequentes de formação contínua, numa perspectiva de aprendizagem ao longo da vida. Para além disso, a obtenção de uma certificação traduz-se, muitas vezes, numa melhoria da situação profissional do adulto.

Decididamente pois “Uma questão de Democracia”, pelo cumprimento dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio, nomeadamente o Objectivo 8: “Desenvolver uma parceria global para o desenvolvimento”. Uma questão de direitos humanos, pelo significado que enforma, no que reporta ao direito (e ao respeito) pela capacitação das pessoas e da sociedade civil.
O desafio está lançado ao Estado Português, nomeadamente aos responsáveis pela Cooperação Portuguesa, SENEC e IPAD, à CPLP e aos países que aderiram pela sua própria vontade na consecução desta iniciativa.

Praia, 7 de Maio 2009
Alf.


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