10 junho 2010

Como eu estive no 10 de Junho ...



Já chegou o dez de Junho, o dia da minha raça
tocam cornetas na rua, brilham medalhas na praça
Rolam já as merendas, na toalha da parada
Para depois das comendas, e Ordens de Torre e Espada
Na tribuna do galarim, entre veludo e cetim
toca a banda da marinha, e o povo canta a valsinha
Encosta o teu peito ao meu
sente a comoção e chora
Ergue um olhar para o céu
que a gente não se vai embora
Quem és tu donde vens, conta-nos lá os teus feitos
que eu nunca vi pátria assim, pequena e com tantos peitos


“A valsinha das Medalhas”, Rui Veloso e Carlos Tê, 1986


Assisti extasiado à tua condecoração neste Dia de Portugal e das Comunidades. Estavas linda, no teu traje branco, contrastando com o cinzento dos fatos cinzentos e gravatas multicores dos homens que dominam estas cerimónias cerimoniais. Fiquei muito contente por saber que o Governo ou seja lá que foi, fez um corte de 30 por cento nos preliminares, quero dizer, nos preparativos. Vi com estes olhos que a terra não vai comer (quero ser incinerado, lembras-te?) Na linda cidade de Faro, uns 3 mil militares, lindos nas suas farpelas, quero dizer, fardas das Forças Armadas Portuguesas. Siderado que estava com a Parada de Honra, com cerca de 1500 militares, entre eles do Colégio Militar, dos Pupilos do Exército, do Instituto de Odivelas, Cadetes da Escola Naval, da Academia da Força Aérea, da Escola de Sargentos, do Batalhão de Fuzileiros, do Corpo de Artilharia da Brigada Mecanizada Independente e ainda da Brigada de Intervenção Rápida, nem reparei na vetusta figura do Presidente Américo Tomás, perdão, Cavaco Silva que te iria colocar a medalha ao peito. Fiquei literalmente verde, com o relvado preparado em frente ao Teatro das Figuras, especialmente para o efeito. Dancei ao vento com os acordes da Banda da Armada e maravilhado com tanta pompa, desviei-me do percurso, para te ler de longe com os binóculos que comprei, especialmente para a cerimónia.

De repente um pára-quedista aterra em cima de mim, vez de aterrar em frente à tribuna. Acordo sobressaltado. Que sonho bonito!

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