08 abril 2011


A ignóbil ameaça

Parte 5: os Abutres Onde se fala de quem se alimenta dos despojos, aqui e ali, sempre dos mesmos…





Abutres da pior espécie. Estes horrendos personagens que se dedicam á pilhagem organizada, através de uma actividade negocial perfeitamente legalizada, com esta divisa: enriquecer o mais rapidamente possível, sem olhar a meios e pagando ao Estado o mínimo possível, com a complacência completa dos responsáveis máximos deste e de outros governos cúmplices. Estado que sempre lhes vai prestando vassalagem, com argumentos que roçam o ridículo, não fora a gravidade da situação. Há uns meses atrás, o governo “socialista” dizia que era necessário ter (leia-se, o País) uma banca forte, para aguentar tempos de crise. Os sinais vindos a público em Fevereiro, confirmavam: “Quatro bancos lucraram 3,9 milhões de euros por dia” e ainda “BCP, BPI, BES e Totta tiveram um resultado líquido positivo de 1,43 mil milhões de euros em 2010” e mais ainda, que tal se deveu fundamentalmente ao que pagaram de imposto “…, no total o imposto pago somou 134,8 milhões de euros, que representa uma descida de 56% face a 2009(1) . Para finalizar este leque de dados, ficava a saber-se que “o BCP sobe os lucros e aumenta capital em 120 milhões de euros, aumentando os resultados em 34%(2) . A avaliar pelos dados, a banca está portanto forte, como Sócrates pretendia, engordando sucessivamente, tal como sanguessuga muito pior que a outra, porque se alimenta da miséria. Repito, está duplamente forte: porque, os fabulosos lucros que detém, não são taxados como deveriam ser e ainda, porque montam engenhosos processos financeiros para colocar esses lucros, em off-shores e paraísos fiscais. A notícia vinda a público de que a banca portuguesa não estaria na disposição de financiar o Estado, uma vez que “deixou de haver condições…” é de um requinte malévolo, acintoso e repugnante. O terrível Bando dos 4 , já deve neste momento ter definida a estratégia de assalto final às finanças públicas esperando a melhor oportunidade para atacar de novo, no momento propício, na nova cena(seja ela qual for) que se desenha. Dos 3 leaders dos bancos privados não era de esperar outra coisa, afinal: eles controlam, como marionetes todas/os, as/os políticas/as profissionais do centrão ( PS+PSD) ; controlam e dão ordens directas e cirúrgicas, definem as regras, encenam com a devida antecedência todos os cenários, estão presentes sem o mínimo pudor, em todos os palcos de decisão, deste País no qual põem e dispõem, cada vez com mais …. Do leader da C.G.D. , o banco do Estado, a única resposta possível seria o imediato afastamento compulsivo do cargo que ocupa, sem direito a indemnização alguma; este aspecto é muito importante, uma vez que tal verba deve ultrapassar largamente o que o governo “socialista” queria retirar às pensões mais modestas, no “falecido” PEC IV. Atrevo-me a propor uma nova versão daquele, porventura com outra terminologia mais adequada ao momento. De facto PEC, querendo traduzir a ideia de Plano de Estabilidade e Crescimento, redundou exactamente no oposto. Ironia suprema: não é Plano, apenas uma manta de retalhos que parece(ia) não ter fim, trouxe mais instabilidade e recessão, em vez de crescimento. Aposto pois num PNB que, embora já tenha patente consignada, na gíria económico-financeira, passa a ser sumariamente: Plano de Nacionalização da Banca. E, para que seja possível, viável, aplicável e devidamente ajustável e enquadrável numa putativa resposta à ”crise deles” proponho ainda o PSE, simplesmente: Plano de Saída do Euro, uma meda que a todos (?) inebriou no longínquo 2002 e que, para mais não serviu que aprofundar a pobreza dos pobres e enriquecer diariamente a riqueza dos ricos, redundância já perdoada pelos leitores mais simpáticos. Otelo, volta, estás perdoado! Não queres meter estes (e mais outros que depois te direi…) no Campo Pequeno? Não, não é no Centro Comercial, é mesmo na Praça de Touros, que poderá ser renomeada para PS-PSD-CDS: PRAÇA SOCIAL para PESSOAS SEM DESCARAMENTO: CATIVEIRO DEVIDAMENTE SELECIONADO -------

(1) JN, de 9 Fevereiro 2011, página 4

(2) Diário Económico, de 3 Fevereiro 2011, página 34

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