01 outubro 2012
E viva a música!
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“Não há céu de palavras que a cidade não
cubra
não há rua de sons que a palavra não corra à procura da sombra de uma luz que não há”
“A Cidade”, Contos Velhos, Rumos Novos, 1969, Zeca Afonso
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Neste dia, haja outra música entre em nós, que não a
costumeira balada da resignação e da tristeza. Porque nada está perdido a não
ser o respeito pelos responsáveis directos e indirectos da situação de miséria
que nos querem impor. Que a cidade mais uma vez se levante e cante um hino de
solidariedade. Que o microfone despeje palavras em música. Que a música seja
eterna e transmita revolta. E esperança também.
Muitas músicas fizeram durante séculos a cultura da
insubmissão. De tantas que poderíamos evocar, lembro hoje a que o Zeca escreveu
em 1969, num tempo em que a cidade era um “… céu de palavras paradas, a palavra distância e a palavra medo”
E agora?