06 dezembro 2012
“…
E senti que o museu seria bonito e tão
diferente dos outros que ricos e pobres teriam prazer em visitá-lo”.
NIEMEYER,
Oscar, sobre o Museu de Arte Contemporânea de Niterói, 1997
Óscar
Niemeyer, construtor e arquitecto de mundos e sonhos, deixou a sua obra ligada
à luta por uma sociedade igualitária. “Minha posição diante do mundo é de
invariável revolta”, inspiradora máxima que haveria de guiar a sua longa vida,
de sucessos e de uma carreira brilhante. A curva sensual que sempre o orientou,
inspiradora obra retratada e pousada nos edifícios no seu País, na França,
Argentina, Líbano, Portugal ou Argélia, fez passar ao Mundo a mensagem humana e
ambiental, de uma simplicidade notável: “Não
é o ângulo reto que me atrai, nem a linha reta, dura, inflexível, criada pelo
homem. O que me atrai é a curva livre e sensual, a curva que encontro nas
montanhas do meu país, no curso sinuoso dos seus rios, nas ondas do mar, no
corpo da mulher preferida…”. O homem, sensível á miséria, afirmava que “Escravo existe sempre, o sistema é que muda…”,
defensor de uma sociedade sem classes, nunca hesitou em lutar por um mundo
melhor, “a Arquitectura é um passatempo…”.
O
sopro. "A vida é um sopro…", dizia, "O mais importante não é a arquitectura mas a vida, os amigos e este
mundo injusto que devemos modificar". Soprando, sempre na imperdível
dissonância que o define, Chico Buarque havia um dia de dizer, "Quando a minha música sai boa, penso que
parece música de Tom Jobim. Música de Tom, na minha cabeça, é casa do Óscar".
O
arquitecto de Brasília, penso que é assim que todo mundo o conhece, 104 anos de
vida, mais de mil projectos, por um Brasil ora diferente, pela mudança por que
sempre lutou, o samba também desenhou: a nova quadra da escola de samba Vila
Isabel, a pedido do amigo Martinho da Vila.
Bem
hajas camarada!