04 março 2013
A vergonha suprema de um País
5 milhões de desempregados em Espanha, notícia do
dia. A comunicação social dá conta de que o número
de desempregados inscritos, aumentou quase 60 mil em Fevereiro 2013, para os
5,04 milhões. Um número superior a um quarto da população (26,2%).
As políticas de austeridade, de
natureza ideologicamente identificáveis com o neoliberalismo, a cegueira
completa do défice público, a imposição de uma política de ataque às classes trabalhadoras,
têm conseguido nos 3 últimos anos, o que se vê. Desde a Grécia a Portugal,
passando pela Itália e pela Espanha, as mesmas soluções, os mesmos erros, as
mesmas aparentes “teimosias” de uma direita profunda e vincadamente reacionária,
contudo eficaz e muito competente na forma de gerir a “crise” e de aportar mais
benefícios, vantagens e acumulações para o grande capital. Destruir o estado
social na Europa, anular as conquistas dos trabalhadores, estrangular a
democracia, estes os grandes objectivos de um programa global, que está em
curso, sob a batuta da administração alemã. Para daí tirar vantagem, aliás óbvia:
a Alemanha está a lucrar imenso com a gestão das dívidas públicas dos países do
Sul. Para além de colocar em risco a coesão social e a própria democracia representativa, o epifenómeno do desemprego galopante, na Europa do Sul, pode dar origem ao aparecimento de soluções de extrema-direita. Exemplos não faltam.
A situação assustadora em que as famílias são colocadas, pelo desemprego, é aflitiva. Significa em primeiro lugar, a carência absoluta em termos de meios de sobrevivência. Significa ainda a dependência em que são colocados perante outros ou outrem. Significa finalmente uma fragilidade psicológica, cujo grau pode variar de caso para caso, mas que no limite, é o espelho do desalento, da incapacidade de resposta e da indiferença. Mas, em termos sociais, o desemprego é a vergonha suprema de um País. Qualquer governo, de qualquer país, deveria parar para pensar as razões para este flagelo. Não param, não pensam, por isso, há que os parar à força, para depois ser possível pensar o País…