10 novembro 2013
O homem, do alto púlpito da sua arrogância, o
matemático feito ministro, proclama um ano de fome para os portugueses. Quando
um dos membros desta seita sinistra fala, exclui-se da urbe, convencido que
está de um pretenso espírito de missão para salvar a Pátria. Equações à parte,
o homem já provou toda a sua incompetência, no campo dos números reais[1].
Passou-se (!) para o campo dos números imaginários[2], numa
aritmética que de racional tem muito pouco. Isto enquanto se vão conhecendo
outros números reais, que atestam 154 milhões de euros entregues aos privados,
para fazer concorrência à Escola Pública, personificados em “contratos de
associação”, uma coisa assim como, eu exploro e tu (Estado) pagas. Muita gente
pois a receber o que não deve, circunstância aparentemente pacífica, normal
para os primos e primas dos centrões da nossa politica partidária, provando
afinal que Euclides tinha razão ao demonstrar, por redução ao absurdo, que o conjunto dos números primos é
infinito…[3].
Crato é afinal um absurdo ou o absurdo é mesmo o Crato? Pudera Euler[4] descer à
terra para explicar a este senhor o único caminho possível, a ponte para o buraco
onde se devia meter e dele só sair um ano depois de greve da fome “obrigatória”.
Mas uma coisa podemos fazer, privatizar o Crato. Por 20 euros apenas, não vale
decerto mais que o que propõe para a prova, exame, ou lá o que é(…) aos
professores.
Em aritmética racional, é necessário distinguir
cuidadosamente as proposições primitivas das proposições demonstráveis. Normalmente,
através de uma teoria dedutiva. Na vida real (…) qualquer cidadão consegue demonstrar
a inutilidade do Crato, pelo menos no que reporta ao serviço público. Presta um
bom serviço aos tais privados, claro que sim, mas nós somos mais que eles e, a
dedução possível é que o devemos simplesmente eliminar, porque não presta
serviço algum a causa pública. Simplesmente, não presta!
[1]
Em Matemática: números que têm uma correspondência biunívoca com
os pontos de uma recta; são usados para representar uma quantidade contínua
(conjunto R). Em linguagem corrente: números que retratam a realidade…
[2]
Em Matemática: números complexos com parte
real igual a zero, ou seja, um número da forma z=a+ib, em que i é a unidade
imaginária (conjunto Z); resultam da necessidade de calcular distâncias no
plano cartesiano. Em linguagem corrente: números que povoam o subconsciente
(e inconsciente) daqueles que estão fora da realidade e que infelizmente povoam
o universo do poder…
[3]
Euclides de Alexandria,
matemático grego, conhecido como o "Pai da Geometria". O Teorema de Euclides : Existe uma quantidade
infinita de números primos
[4]
Leonard Euler (1707-1783), físico, astrónomo
e matemático suíço. Autor da Teoria do Grafos, de cuja aplicação mais conhecida
é a resolução do “problema das 7 pontes de Königsberg”: http://users.prof2000.pt/agnelo/grafos/pontesh.htm