10 agosto 2014


O vento não mudou…
 
 
 
 
 
 
 
 
Na canção ele mudava e ela não voltava. Estávamos em 1967 e havia um Festival com grande impacto social, já que tudo o resto era vedado na “democracia orgânica” da época.
A SillySeason, uma coisa instituída na “democracia liberal” imposta pelo poder do capital do século XXI, brinda anualmente a praça dos que se entretêm a exercer o poder sobre a populaça, servindo o País acima dos seus interesses. Aparece sem se dar conta neste mês de Agosto, do qual se diz que nada se passa. Trás sempre uma “bomba” que rebenta e cujos danos colaterais vão invariavelmente na mesma direcção. Mais um banco no lamaçal e desta vez o cujo dito em que o seu patrão natural era o dono disto tudo, na vox populis abalizada de todos os seus pares.

Interessa entretanto saber se afinal, neste Agosto esquisito com chuva e sol á mistura, se o vento mudou ou não. Que sim, mas que talvez, o próximo mais do “nim”, aliás uma instituição interessante da “democracia liberal”. Zola dizia a certo passo a Flaubert, a propósito do Naturalismo, “…considero o termo tão ridículo como você, mas irei continuar a repeti-lo vezes sem conta, porque têm de ser dados novos nomes às coisas, para que o público pense que são novas”. Mesmo que o vento não mude, mudaremos o nome das coisas, para que tudo fique na mesma. E é esta a tese substantiva da direita estúpida e cega que tiraniza a populaça.
A casa onde o pai matou a família toda e tentou alastrar a matança a longínquas paragens, vai agora ser dividida em duas, por ordem de um governo que lhe prestou ao tempo a mesma vassalagem que outros lhe foram prestando. Será então uma “casa boa” e uma “casa má”, um exercício de maniqueísmo que não orgulharia decerto o seu mentor, de tão rasteiro e pusilânime. Supõe-se, na simplicidade de quem tem apenas 2 ou 3 neurónios a funcionar, como a canalhada que ocupa as cadeiras do poder, que na casa boa ficam as coisas boas e na casa má, o resto que é mau. O curioso é que as pessoas até acreditam, com a beneplácita ajuda de comentadores, jornalistas vendidos e outros acólitos, que subscrevem as teses oficiais, com um descaramento que enoja. Para completar o quadro, nada como a putrefacta figura do regulador, que faz tudo menos regular, e que lembra o professor que descobre no final do ano que afinal a turma é um bando de assaltantes e filhos da dita, capazes de semear a confusão na escola toda.

Do lado de cá, a mesma sina, a mesma sorte. A de pagar os estragos do assaltante, para que a casa seja de novo “boa” e sirva para recolher os parcos proveitos dos que pagam, até ao dia em que volte tudo ao mesmo, porque ao velho ladrão há-de suceder um outro, dado que a fonte de recrutamento dos representantes dos patrões é sempre a mesma e gere os recursos que tem à mão, no ensino da ganância e da pilhagem. A solução é a única possível, como todas as soluções deste grupo de ladrões e corruptos. Nunca existe alternativa possível, porque nem sequer é ouvida qualquer voz que se permita discordar. É mesmo que seja ouvida é o mesmo que nada.
O vento afinal não mudou, nem ELA (Je voudrais sans la nommer vous parler d'elle) voltou. Pena…


 

 

 

 

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