14 dezembro 2015

“UMA VERGONHA?[1]

A vergonha, isso passa quando a vida é longa....”
Jean-Paul Sartre

Retirado ou roubado o título ao seu autor, repasso a leitura e apenas consigo vislumbrar um Vasco cansado, ressabiado a agora sem o “pulimento” que já exibiu em tempos.  Continua porém Valente, supostamente arrogado na valentia típica do leão enfurecido quando falha sucessivamente as suas arremetidas.

Porque insiste Vasco em atacar o candidato Sampaio da Nóvoa? Porque não gosta do estilo, da forma, do conteúdo, ou quiçá da figura? Porque não se revê (claro!) num discurso diferente, na defesa das causas da cidadania que tenta reposicionar a costumeiro fraseamento político-partidário? Porque não aceita que um brilhante académico, com provas dadas no Ensino Superior Público, com teses e escritos sobre o ensino e a formação em Portugal, reconhecidas por sensibilidades tão diversas da vida pública portuguesa, se posicione como “mais um de cada um de vós”, dizendo claramente ao que vem e o que se propõe fazer?
O que faz mexer assim a idiossincrasia retorcida do Vasco, o mais velho dos velhos de um Restelo recuperado? Para quem escreve este diletante personagem, que se deve julgar apóstolo da descrença lusitana e do mais retrógrado sentimento apócrifo de um nacionalismo borolento? Oh Vasco, atenta por exemplo Amós, que diz, "Aos profetas ordenastes, dizendo: Não profetizeis" (Am 2.12 cf. 7.10-13).

Numa coisa acerta o Vasco, quando afirma “…há milhões de portugueses que podiam com a mesma cara garantir o mesmo”, sendo que na interpretação livre do conceito radica a ideia (correcta) de ter na Presidência da República, talvez pela primeira vez, um Homem que defende uma cidadania efectiva e plena. Lembro apenas, “Dou-me a esta candidatura sem hesitações, sem calculismos, sem medo. Em nome da liberdade, da dignidade e do futuro. A candidatura pertence aos portugueses. Darei tudo o que puder, o melhor de mim mesmo, mas sei que esta tarefa só tem sentido se for vivida e assumida, por inteiro, pelas mulheres e homens deste país, de todas as terras, de todas as origens, de todas as condições.[2]” Se tal não diz nada ao Vasco, dirá porventura a milhões de portuguesas e portugueses, cansados da retórica e do distanciamento.

Vasco é passado, o nosso Candidato é futuro. É isso que irrita o Vasco. Claramente, o que escreve é mesmo…uma vergonha!



[1] Referência a crónica de Vasco Pulido Valente, jornal Público, 11 de Dezembro 2105
[2] Extracto da Carta de Princípios da candidatura a Presidente da República de António Sampaio da Nóvoa
(Porto, 25 de Maio de 2015)


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