13 fevereiro 2017
“A RÁDIO É VOCÊ!”
Foi assim mesmo que em 2011, o 13 de
Fevereiro foi proclamado pela UNESCO, o Dia Mundial da Rádio.
É dentro da rádio, uma vez que estamos dentro dela ou está vem ao nosso
encontro, dia a dia, hora a hora, minuto a minuto, sempre que a deixamos
entrar. “A rádio vê no escuro” diz o meu Amigo Fernando Alves, ele que é (para
mim) uma voz e uma presença inesquecível e que semeia diariamente o
desassossego nas manhas da rádio. Apetece diz, pois vê!A rádio está onde deveria estar ou apenas está porque quer estar?
A rádio é também, muitas vezes, uma cúmplice do pensamento dominante. Quantas vezes aconteceu, outras vezes (lá está uma vez mais o escuro) a ouvimos no silêncio das noites do medo, confortando a esperança e atiçando a revolta.
Quero pensar no que a rádio contribui para a
minha (e para a de muitos) formação integral. Nos tempos da escuridão (lá está,
o escuro) a rádio era “Em Órbita”, era “Página 1”, era “Limite”, era tantas
coisas que nos sussurrava e assim ia plantando em nós o vício da contestação,
do contraditório que não havia, e sim, da revolta contínua. Porque havia rádio,
aquela coisa que se ouve alto e baixinho, consoante nos dá gozo ou nos é
permitido.
A rádio
que diz, na madrugada gloriosa, “Aqui, posto de comando do Movimento das Forças
Armadas…”, é o Furtado, sim. É Abril, é a Liberdade, pois então. A rádio é o direito das pessoas à
informação, um direito que deve ser protegido e acarinhado. E estudado também.
A rádio
salva vidas. E pode também promover e capacitar as pessoas mais vulneráveis e
mais sujeitas a desvarios de poderes, mesmo de alguns, supostamente
democráticos.
A rádio és tu!
Sabe-se
lá como, mas tu estás lá, agora em tempos de meia-verdade ou mesmo de “falsa
verdade”. Porque és uma peça do enorme círculo, onde campeia muitas vezes o
silêncio ajustado de uma TINA qualquer.
“As
rádios são casas onde as palavras ganham asas…”, uma vez mais me socorro do
Fernando, porque é mesmo assim, porque é língua e movimento.
E sonho,
também.