01 janeiro 2019
A BALANÇAR TODO (um) ANO...
De como se transfigura
a figura
Será que perdeu o Norte?
ou apenas a roda da sorte?
De como as perdas
se transformam em lucros
Será mestria?
ou a morte da poesia?
De como as derrotas
fazem lembrar vitórias
Será magia?
ou apenas fantasia?
De como os sorrisos
parecem esgares
Serei eu a ver mal?
ou há dessintonia no canal?
De como as alianças
Parecem estultas
Será estratégia elaborada?
Ou apenas ... nada?
De como a pobreza
parece hoje mais “aprimorada”
Será a força da razão?
ou um sistema sem solução?
De como a Revolução
parece uma miragem
Será que é desalento?
ou “culpa” do pensamento?
De como andamos todo ano
aos papéis
Será confusão minha?
ou por contar com o ovo no cu da galinha?
De como o teu olhar
me parece triste
Será que te enganaste na flor?
ou perdeste o amor?
De como disfarçamos
a revolta
Será que deixamos de sentir?
Ou andamos a dormir?
De como acontece perder a esperança
e baixar os braços
Será a desistência?
Ou a solene aquiescência?
De como se aclama a desgraça
na vil e torpe notícia
Será que é o apocalipse
ou (mais) uma filha-da-putice?
Do como as vozes que nos oprimiram
vêm agora reclamar espaço
(e prometer o idílico)
Será que se querem retratar?
ou apenas (mais uma vez) nos enganar?
De como parece que perdemos sempre
apesar daquele empate milagroso
Será o (tal) destino impiedoso
ou algo (ainda mais) misterioso?
E SUBITAMENTE:
De como nos levantamos do chão
E deixamos para trás o medo
E removemos montanhas se preciso for
P´ra colocar uma justiça melhor
E fazemos das tripas coração
(maldito silêncio!)
Par o ano é que vai ser
A Luta é para valer!
(doa a quem doer)