03 abril 2019

NATO, 70 ANOS DE UMA ORGANIZAÇÃO TERRORISTA



















































A NATO é responsável pelas maiores atrocidades contra os Direitos Humanos e contra a Paz mundial. É esta organização bélica, ofensiva e agressiva, que ensaia frequentemente um discurso falacioso, e que, na realidade, tem prosseguido o caminho de lançar verdadeirasguerras de agressão e expansão.

E, na verdade, os factos falam por si. Um dos exemplos da escalda terrorista, em que a NATO participou, particularmente desde o ano 2008, ou que a própria NATO promoveu, directa ou indirectamente, uma vez que a organização dispõe do mais avançado sistema de espionagem e contra-espionagem que existe, a nível mundial, financiado pelo Pentágono e pela UE, esta última, através das “contribuições” dos cidadãos e dos Estados, a pretexto da “defesa”  e de uma pretensa “segurança”.
Na realidade, sucederam-se, quer desde aquela data, quer desde a fundação, actuações criminosas da NATO, nomeadamente na Líbia, no Iraque, no Afeganistão e na Jugoslávia. A estrutura militar da organização tem servido os EUA e os seus aliados, na sede de domínio militar, de controlo de recursos naturais e de mercados e de superioridade geoestratégica, em prejuízo de milhares de vidas humanas, destruição de países e recursos, uma actuação perfeitamente ao arrepio da Carta das Nações Unidas.

Um exemplo substantivo, acontece em Maio de 2013: um encontro de John McCain com terroristas, em território sírio ocupado por estes, junta  Ibrahim al-Badri, mais conhecido por Abu Bakr al-Baghdadi, inspirador, criador e dirigente do auto-proclamado Estado Islâmico. Por esta altura, “...já os Estados Unidos faziam constar, entre alguns parceiros de guerra, a intenção de montarem um dispositivo terrorista de grande envergadura para reforçar as intervenções no Iraque e na Síria. Estava em curso, entretanto, uma acção de transferência para a Turquia, com destino à Síria, de mercenários islâmicos que tinham actuado sob o comando da NATO na operação de destruição da Líbia.”[1]
No ano seguinte, a 18 de Fevereiro de 2014, “...a conselheira nacional de segurança dos Estados Unidos, Susan Rice, convocou os chefes dos serviços secretos da Arábia Saudita, da Turquia, do Qatar e da Jordânia para Amã, onde lhes comunicou a reestruturação do «Exército Livre da Síria» e, nesse âmbito, a montagem, com supervisão saudita, de uma vasta operação secreta para remodelar as fronteiras regionais.”[2]
Toda a “escalada militar”, a designação dada pelos EUA, àquilo que foi a montagem de um dispositivo terrorista de grande envergadura, destinado a reforçar as intervenções no Iraque e na Síria, passaria de facto por uma acção de transferência para a Turquia, com destino à Síria, de mercenários islâmicos que tinham actuado sob o comando da NATO, na operação de destruição da Líbia.
Hoje, “...o governo legítimo da Síria continua em funções, embora parcelas do território estejam ocupadas por extensões da NATO, com base até em limpezas étnicas – como aconteceu no Norte, onde as vítimas foram comunidades cristãs e árabes expulsas à força para deixar espaço aos curdos da YPG.”[3]
A NATO, insistindo na política de agressão contra a Síria, é responsável também pela criação do designado “Exército Livre da Síria”, uma organização de mercenários, que mais não são que efectivos do Daesh, devidamente reciclados pelo regime ditatorial de Erdogan na Turquia, criando a ilusão fantasiosa de seriam desertores do Exército Nacional.


A NATO faz 70 anos. Marcados definitivamente por uma vocação tão “democrática”, que admitiu, logo à nascença, o regime da ditadura fascista de Salazar. E logo a seguir, em 1952, as ditaduras da Grécia e da Turquia. Obedecendo a uma lógica expansionista, opressora e agressiva, tendo como base, conter os avanços dos povos e as revoluções de libertação social e nacional. “Da teia secreta de exércitos clandestinos desenvolvida pela NATO com vista à realização de operações terroristas de cariz anti-comunista (que em Itália colheu o nome de Operação Gládio), à hostilidade para com a Revolução dos Cravos no nosso país, ou à complacência com a invasão de Chipre pela Turquia, no mesmo ano de 1974. Foi pela mão da NATO – e da União Europeia, seu pilar europeu - que, depois de todos os horrores do nazi-fascismo, a guerra voltou ao continente europeu[4]. Onde antes existia uma hipotética “protecção” ao Ocidente, “contra a ameaça do comunismo”, hoje, que a “ameaça” terá terminado, é necessário que a indústria do armamento sobreviva e, para tal, é necessário encontrar novos inimigos, promover (sempre) a guerra, saquear recursos, como por exemplo, o petróleo.

A NATO, é no entender do CPPC[5], “a principal ameaça à paz na Europa e no mundo”. Em Abril do ano passado, o CPPC divulgou um texto, onde se salienta que “...o povo português, em importantes momentos, expressou a sua clara opção pela Paz e contra a participação de forças portuguesas em agressões a outros povos, reafirmando a necessidade de se respeitar as aspirações à paz do povo português e lembrando que essa vontade não foi respeitada por sucessivos governos, que deram o seu apoio às acções da NATO”.[6]

E não é por acaso que hoje, Trump diz a Stoltenberg[7], “A NATO é mais forte desde que sou Presidente”, tendo garantido que “...a sua acção e exigências ajudaram a reforçar o papel da Aliança Atlântica.”[8].  Stoltenberg reconheceu que “...o facto de os aliados estarem a reforçar os seus orçamentos de defesa, como exigido pelos EUA, está a ajudar a organização “a cumprir melhor o seu papel”. O secretário-geral da NATO elogiou o “compromisso com a NATO” de Trump e referiu que “a mensagem clara” do chefe de Estado “está a colher os seus frutos”, com um maior investimento em defesa. Trump elogiou Stoltenberg, como um “líder fantástico”, com quem “estabeleceu uma forte relação de trabalho” em dois anos e meio e que conseguiu fazer com que a contribuição dos outros membros aumentasse mais 64 mil milhões de dólares e vá a caminho de 100 mil milhões de dólares até ao final de 2020. O Presidente admitiu até a possibilidade de mudar esse patamar dos 2% do PIB: “Se calhar, terá de aumentar”, afirmou.”[9]

Hoje, 70 anos passados, é imperativo reafirmar e denunciar a natureza agressiva da NATO e os objectivos belicistas das suas intervenções, em todo o mundo. É necessário exigir: o fim do financiamento da NATO e das guerras; o fim das guerras de agressão e ocupações militares por parte da Aliança Atlântica; o desmantelamento do sistema anti-míssil dos EUA/NATO e o encerramento das bases militares em território estrangeiro; o apoio aos deslocados e refugiados, vítimas das guerras promovidas e apoiadas pela NATO. 

Finalmente, é imperioso retomar a exigência de dissolução imediata da NATO, a abolição das armas nucleares e das armas de destruição massiva, e o desarmamento geral.



[1]Extraído do artigo “DAESH, a história escondida”, de José Goulão, a 15 Fevereiro 2018, disponível em: https://www.abrilabril.pt/internacional/daesh-historia-escondida            
[2]Idem, ibidem.
[3]Idem, ibidem.
[4]Extracto do texto Contra a NATO, a guerra e o imperialismo, a necessidade da luta pela paz”, de 13 Fevereiro 2013, disponível em: 
[5]Conselho Português para a Paz e Cooperaçãoé uma “Associação herdeira do movimento da paz na luta contra o fascismo e o colonialismo” (Art. 1º dos Estatutos da organização).
[7]Secretário-geral da Aliança Atlântica, desde Outubro de 2014. Norueguês, economista de formação, Jens Stoltenberg ocupou diversas pastas ministeriais no Governo, nos anos 1990 e foi primeiro-ministro do país duas vezes: entre 2000 e 2001 e, mais tarde, entre 2005 e 2013.
[8]Notícia do Jornal Público, de 3 de Abril 2019, disponível em: https://www.publico.pt/2019/04/02/mundo/noticia/encruzilhada-velha-alianca-atlantica-1867772          
[9]Idem, ibidem.

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