16 junho 2020

A “EXTREMA ADVERSIDADE











Poderíamos estar a falar da situação de cerca de 20% de cidadãos portugueses, que vivem em condições de pobreza, ou fome, ou mesmo miséria.
Poderíamos estar a falar das quase 5 mil e 500 cidadãos que, neste momento, estão a viver na rua, ou em centros de abrigo temporário. Para que se saiba, entre 2014 e 2018, o número de sem-abrigo subiu 157%, em Portugal (números da OCDE).
Poderíamos falar de um número ainda não calculado de cidadãos que perderam o seu emprego, devido à pandemia e ao aproveitamento que algumas grandes empresas fizeram dela.
Poderíamos estar a falar de um número também ainda não contabilizado de portugueses que morrem, por terem frio, em pleno século XXI.
Qualquer dos casos significam, para tanta gente do meu País, uma EXTREMA ADVERSIDADE. Sim, sem aspas.

NÃO!
Estamos a falar da afirmação de um banqueiro, que pelos vistos ganha, qualquer coisa como cerca de 30 mil euros por mês, e que se queixa de “EXTREMA ADVERSIDADE”, para pedir mais dinheiro ao Estado Português.
Que ele “peça” dinheiro, pelo banco dele estar na penúria (está sempre, aliás), não surpreende ninguém. Afinal, ele é responsável pelo prejuízo recorde de 179,11 milhões de euros (último valor conhecido). É ainda responsável (sabe-se agora) por vender um conjunto de activos do banco ao amigo "Rei dos Frangos" com desconto de 11 milhões de euros. E mais deve haver, que (ainda) não sabemos. O que surpreende é a circunstância de, dia a dia, estarem a ser conhecidas novas cláusulas do tal Contrato, que nem a Assembleia da República (AR) conhece...

São estas as “contas certas”?
A grande fala deste governo é a alegoria das contas certas. Por mais que queiram, Costa e Centeno, culpabilizar o governo de ocupação da troika, não se inibem de forma alguma das responsabilidades que têm na venda definitiva ao Lone Star. Assumam o erro e corrijam-no de uma vez!

Raiva ou racionalidade?
Penso que é natural a raiva, ao saber-se que o contrato do Novo Banco (NB) prevê a entrada automática de dinheiro do Estado, se sobrevirem “circunstâncias extremas” (assim escrito ou de outra forma qualquer).
Mas é a racionalidade que ora se impõe.
Não basta que o novo Ministro Leão aconselhe "calma e boa gestão" ao (ir)responsável pelo NB até ao final do ano.
A posição deve ser de imediato preparar as condições para a nacionalização do NB.
Tal significa, desde já, a AR investigar para ROMPER O CONTRATO e NACIONALIZAR O BANCO!




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