28 junho 2020

ISTO É INACEITÁVEL EM QUALQUER SOCIEDADE DECENTE!



A notícia é do Jornal de Notícias de hoje, 28 de Junho, e tem como título, “Gestores ganham 30 vezes mais do que trabalhadores
Diz que os “Salários dos CEO das 18 empresas cotadas aumentaram 20% face a 2019. Diferença é maior na dona do Pingo Doce.”
E continua:
·      Há cada vez uma maior distância entre a remuneração dos presidentes executivos das maiores empresas cotadas e a dos trabalhadores. Em 2019, os CEO das empresas do índice PSI-20 passaram a ganhar quase 30 vezes mais do que a média do salário dos colaboradores. No ano anterior, ganhavam 25 vezes mais.Em média, cada CEO ganhou 916 mil euros em 2019, uma subida de 20% face ao ano anterior. Já o salário médio dos trabalhadores ficou-se pelos 29 mil euros, uma subida de 1,5% em termos homólogos, segundo os relatórios e contas.
O CEO da Jerónimo Martins é o campeão da diferença salarial. Somando a sua remuneração fixa e variável auferida em empresas do grupo, Pedro Soares dos Santos ganhou 1,8 milhões de euros no ano passado. Corresponde a 167 vezes o salário médio de um trabalhador da retalhista, que se fixou em 10,5 mil euros anuais. O CEO da dona do Pingo Doce teve um aumento de 9% na sua remuneração global enquanto a subida média do salário dos trabalhadores do grupo se ficou pelos 1,9%.
Das 18 empresas que compõem o índice PSI-20, cinco pagam aos seus CEO uma remuneração superior a 50 vezes o salário médio dos seus trabalhadores. Trata-se da Galp, EDP, Semapa, Sonae e CTT.
A lista dos CEO com os salários mais chorudos é encabeçada por António Mexia, presidente executivo da EDP, que auferiu quase 2,17 milhões de euros de remuneração global em 2019. Seguem-se Pedro Soares dos Santos, com 1,76 milhões, Manso Neto, líder da EDP Renováveis, com 1,48 milhões, João Castello Branco, da Semapa, com 1,42 milhões e Carlos Gomes da Silva, da Galp Energia, com 1,39 milhões.”
A notícia coloca a questão, “Quem paga pior?”
·      Quanto às empresas que pagam melhor aos trabalhadores, a campeã é a EDP Renováveis, seguida da REN, da EDP e da Altri. O salário médio nestas empresas pode superar os 40 mil euros anuais. As pior pagadoras são a Jerónimo Martins, a Mota-Engil, Ibersol, a Sonae e os CTT. O salário médio nestas empresas vai dos 10,5 mil euros anuais aos 15,9 mil euros. Alguns gestores a nível mundial tomaram a iniciativa de partilhar o esforço da atual crise, cortando os seus salários. "Esses são gestos bem-vindos, principalmente quando comparados àqueles que se apressaram em cortar custos e receber ajuda do governo sem cortar no topo", defendeu a Bloomberg numa análise. As consultoras já falam em possíveis mudanças na forma como as empresas gerem o talento. Nuno Abreu, diretor da consultora Aon, em Portugal, admite que com a crise "poderá haver uma aproximação entre os salários dos gestores de topo da remuneração média dos trabalhadores". Mas, para já, com trabalhadores em lay-off e alguns a ficar sem emprego, ainda não é visível qualquer mudança no comportamento das empresas.”
Trata-se, no mínimo, de uma questão de respeito pela pessoa humana. 

No momento em que os Objectivos de Desenvolvimento Sustentáveis das Nações Unidas (ODS), falam em uma “... visão comum para a Humanidade, um contrato entre os líderes mundiais e os povos e “uma lista das coisas a fazer em nome dos povos e do planeta”.
Lembro que a chamada AGENDA 2030, é constituída por 17 ODS e foi aprovada em Setembro de 2015 por 193 membros, resultando do trabalho conjunto de governos e cidadãos de todo o mundo para criar um novo modelo global para acabar com a pobreza, promover a prosperidade e o bem-estar de todos, proteger o ambiente e combater as alterações climáticas.

Vale citar aqui, bem a propósito, o Objectivo 10 - REDUZIR AS DESIGUALDADES:
·      Até 2030, progressivamente alcançar, e manter de forma sustentável, o crescimento do rendimento dos 40% da população mais pobre a um ritmo maior do que o da média nacional.       
·      Até 2030, empoderar e promover a inclusão social, económica e política de todos, independentemente da idade, género, deficiência, raça, etnia, origem, religião, condição económica ou outra.         
·      Garantir a igualdade de oportunidades e reduzir as desigualdades de resultados, inclusive através da eliminação de leis, políticas e práticas discriminatórias e da promoção de legislação, políticas e ações adequadas a este respeito.”
A notícia avança que “...Em média, cada CEO ganhou 916 mil euros em 2019, uma subida de 20% face ao ano anterior. Já o salário médio dos trabalhadores ficou-se pelos 29 mil euros, uma subida de 1,5% em termos homólogos, segundo os relatórios e contas.”
E particulariza, no caso sempre “estimulante” do Pingo Doce (que paga impostos fora do País), que o gestor “Pedro Soares dos Santos ganhou 1,8 milhões de euros no ano passado”. E que tal valor, “...corresponde a 167 vezes o salário médio de um trabalhador da retalhista, que se fixou em 10,5 mil euros anuais. O CEO da dona do Pingo Doce teve um aumento de 9% na sua remuneração global enquanto a subida média do salário dos trabalhadores do grupo se ficou pelos 1,9%.”

Não há mais palavras para descrever injustiças como esta.
Que são aos montes, por esse País adentro. Por esse mundo fora.

QUE FAZER?

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