05 outubro 2020

A REPÚBLICA (DES)CONFINADA 


 

Hoje, muito pouca coisa. Confinados a torto e a direto, como as notícias que seguem dentro de momentos. Alguém infectado no conselho de estado, as melhoras sim, senhor conselheiro. As manifestações pela República são, em dia de chuva, muito pouco efusivas. O alastramento da coisa vírica afoga as consciências, obrigadas a manterem-se calmas e quietas. Eu queria inquietas, mas se calhar é pedir demais. Haja alguma contenção, o seu vizinho pode estar com a coisa, melhor seria não falar, não comunicar, não afectar. Não infectar. Lá fora a chuva cai, um lugar comum, comum a estes tempos de outono infeliz. O melhor é mesmo cá dentro, ninguém me incomoda, vou ler e escrever, que isto de consciência também se treina, com treino. Então eu treino. Sei que não vou escrever sobre o mesmo, já alguém faz isso por mim, por nós, todos os dias, nos jornais e nas publicações disponíveis, para alimentar a propaganda. Eu disse propaganda? Talvez a força de tanta coisa inútil, sem sentido, sem tino, mesmo sem ser de rans. No dia da República, devia falar, se calhar,  do busto nu da mesma, só para acicatar os falsos púdicos, ou mesmo os dignatários do regime, que, de tão cinzentos, não sabem e não querem apreciar o que é belo. Belas são as crianças, sei lá, entre outras coisas que não sei citar. Apenas cito o que vejo, da minha janela, do meu canto, no café, onde a bica se consome depressa, mas sabe sempre bem. Se a República é Liberdade e Direitos então proclamemos bem alto o direito de dar aquele grito, que a Liza Minnelli dá, no filme, debaixo da ponte. Coragem, gritem bem alto, nem que seja apenas pelo (falso) prazer de ser LIVRE!


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