11 outubro 2020

 DODESKADEN














Ontem, no Teatro do Campo Alegre, o filme “Dodeskaden”, de Akira Kusosawa, do ano 1971, precisamente um dos anos trágicos da vida do realizador japonês, quer do ponto de vista pessoal, quer mesmo profissional.


O que é certo é que este filme, dedicado aos pobres e desamparados, excluídos da sociedade, mostra, em diversos episódios “...da vida dos habitantes de um pequeno bairro de lata: bebedeiras, sonhos, depressões, casos de adultério, a luta pela vida de todos os dias. Um rapaz conduz um eléctrico imaginário, um outro, que procura comida nos caixotes de lixo dos restaurantes, sonha em encontrar o pai, uma rapariga faz flores artificiais para sustentar o avô alcoólico. O “chefe" informal do grupo é o velho Tamba, um velho artesão, capaz de tudo perceber e de tudo perdoar.” (cf. https://leopardofilmes.com/noticias/estreias-akira-kurosawa-ou-dodeskaden-e-a-fortaleza-escondida).


Teorizou-se, à época, sobre o desencanto de Kurosawa sobre a humanidade e os seus desígnios. Na realidade, ele mostra neste filme, um conjunto de personagens que aparecem conformados com a sua posição social, muito embora os sonhos os possam levar até uma outra realidade, com aspirações e sentimentos desencontrados. 

Sem dúvida, uma obra-prima, uma denúncia e um alerta, sobre a exclusão sial e as injustiças.


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