16 outubro 2020

 TANTO DISPARATE, AO MESMO TEMPO...

 

Atrapalhados pela covid e com o avanço das notícias de novos casos, tentamos dar conta de tudo o que aparece pela frente. Tentamos seleccionar, não conseguimos. A fúria imensa do desconhecido, mete medo.  Parece, volta a parecer, que é no medo e com o medo que temos de conviver.

Não há saída para tanto disparate?

Assim parece.

O anúncio de uma pretensa arbitrariedade do uso de uma aplicação informática para a detecção do vírus, faz renascer o disparate. Pelo menos, para não dizer pior. Já não há senso comum? Querem deter pessoas sem telemóvel, ou sem aplicação no dito, ou que saem de casa sem ele, quer dizer, sem o instrumento?

 

Ao mesmo tem, sim, tudo acontece (ou parece acontecer) ao mesmo tempo, Costa vem anunciar um designado “Plano de Resiliência”, com 6 mil milhões para as empresas. Mas para fazerem o quê? Bom, para construir, diz Costa. Que não é o Governo, diz ele, que vai construir, mas sim elas. E as pessoas? Esquece o Costa que ainda temos no País, mais de 2 milhões de pessoas que vivem abaixo do limiar de pobreza? Decerto que não, seguramente que não. 6 mil milhões?

 

Ao mesmo tempo, sempre ao mesmo tempo, vem um deputado do PS dizer hoje, nos jornais, “Estar contra este orçamento é estar contra o País”. Descubro então, assim de repente, que afinal sou um dos que estou contra o País. Estranha situação, para quem defende o País, mesmo que apenas no conceptual, assim o deve ser, assim o sinto que é. Mas não, eu estou contra o País, até coloquei (ainda que de forma virtual) algumas questões ao Ministro Leão, esse sim, que está a favor do País. 

Porque será que eu e o senhor Ministro estamos, um contra e o outro a favor do País?

Porque será que tem que ser assim?

Porque é que não é assim?

 

Ao mesmo tempo, ainda no mesmo tempo, o inefável Pacheco (de primeiro nome Duarte, do PSD) vem dizer que “...quando houve problemas, quem teve de os resolver fomos nós”, é caricato, porque a gente sabe como o PSD resolve problemas, mesmo sem recorrer a qualquer matemática especial, é cortar, sempre a direito, como o fizeram, na altura da invasão da troika, eram eles (e também elas) os bons alunos de Bruxelas. Sempre a cortar, sempre a ... “resolver problemas

 

O tempo, finalmente o meu tempo, o nosso tempo, sim porque ele (o tempo) também é nosso, sou eu a dizer, claro, mas acredito, mesmo sem ser crente, que é verdade. É meu e nosso também, quero mesmo repetir, quanto mais não seja, para afirmar posição e defender território. Dizia eu, queria mesmo dizer isto, é que me canso depressa com tanto disparate, com tanta asneira junta, acho que tenho (temos) o direito de exigir um pouco mais, seja ao mesmo, do azul que está mais acima, mesmo que seja de outra cor. 

 

Não quero dizer mais, quero só dizer isto...


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