11 dezembro 2020

OS DIREITOS
OS DIREITOS HUMANOS – lembrados a 10 Dezembro


 





















Haverá porventura melhor dia para recordar o que se passa à nossa volta?

Bem perto de nós, os ataques contra os DIREITOS, sucedem-se a um ritmo alucinante. 

Falamos do que sabemos, do que ouvimos dizer, do que sabemos que acontece, aqui e ali, pasmamos como é possível, mas consentimos, sempre consensualizamos, sempre desmerecemos, por omissão, ou simplesmente por não ser directamente connosco.

Claro que ficamos perplexos, ao saber do cidadão ucraniano, assassinado pelo Estado português e que foram precisos 9 meses para a responsável se demitir e, ainda por cima, saber que o fez para poupar um ministro.

Claro que ficamos a saber um pouco do que se passa nessa dita “união europeia”, na forma abjecta como trata pessoas, no campo de refugiados da ilha de Lesbos, um campo, com capacidade para 3 mil pessoas, onde viviam cerca de 13 mil (!), em condições precárias, num espaço sobrelotado. Soubemos um pouco mais, por força de uma catástrofe, a 9 de Setembro, um incêndio de grandes dimensões, que acabou por trazer, para o mundo inteiro, as deploráveis condições de vida que os “campeões europeus” dos DIREITOS humanos criaram dentro do “espaço europeu”, o tal que quer ser um exemplo, sabe-se lá para quem.

 

Sabemos tanto e tão pouco que acabamos por banalizar o mais sagrado dos DIREITOS, o direito à vida, em segurança e com dignidade. Mas banalizamos mais. Porque aceitamos as desigualdades, as injustiças, a exclusão. Aceitamos que, bem perto de nós, existam quase 2 milhões de pessoas que vivem abaixo dos limiares mínimos de subsistência. Aceitamos que nos falem de coisas como, por exemplo, a “transição digital”, quando alguns dos nossos concidadãos ainda não “transitaram” da sua situação de miséria potencial.

 

No futuro, quando ouvirmos falar, de coisas como, por exemplo, o aumento do salário de um trabalhador poder significar desemprego para outro trabalhador, e não formos capazes de soltar um grito de revolta, estamos a contribuir para um futuro negro de dependência e de submissão.

E, para que esse futuro possa ser melhor do que a actual situação, precisamos de lembrar os DIREITOS, e do respeito que nos merece a pessoa humana, particularmente quando não tem voz, nem força para se defender das arbitrariedades.

E, claro está, que não é decerto com atitudes convencionais, como a caridade e a compreensão para com as desigualdades (porque, como alguns infelizmente proclamam, sempre existiram...), que modificamos a situação.

 

A defesa dos DIREITOS HUMANOS passa seguramente pela luta constante, diária e persistente contra todas as formas de discriminação, de injustiça e de desigualdade, sem tibiezas e sem a hipocrisia habitual que conduz ao esquecimento e à desresponsabilização. 

Veja-se, a título de exemplo, a posição da Comissão Europeia, ao aconselhar, em Março passado, “cautela” perante as últimas imagens da violência na fronteira entre a Grécia e a Turquia e a recusa em censurar o comportamento das autoridades gregas, e a sua política de dissuasão dos migrantes que procuram aceder ao território europeu. 

 

A melhor forma de lembrar este dia é fazer da luta pelos DIREITOS HUMANOS, a nossa LUTA! 

 


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