26 maio 2021

 UM POTE COM MAIS OU MENOS “MEL”


 









A imagem do cartaz, profusamente instalado no País, cai, como sopa no MEL, no regaço das direitas. Ora refastelados em poltronas, ora da janela de uma penthouse, na administração de uma grande empresa, num banco, ou simplesmente gozando uma reforma de mais de 20 mil euro, com muita grana ou muito MEL, eis os novos senhores que, conforme os ventos e as tempestades, vão ditando a sua lei, construindo a falácia mais bem tecida, ou apenas gozando com a pobreza.

 

Por vezes elevam a voz, num clamor constante. Contra o Estado, contra o que chamam a subsidiodependência, contra tudo que cheire a protecção de quem trabalha. Muitas vezes contra a Vida e contra o ser humano, que apelidam de “bandido”, apenas porque a cor da pele é diferente da sua. Outras vezes, limitam-se a querer “exterminar” outras vozes diferentes da sua. Tantas vezes, insultam a nossa inteligência, com uma demagogia barata, proferida com a voz doce da arrogância, ou com a alarvidade da sua manifesta intolerância.

 

Todavia, procuremos concentrar-nos no que propõem. O que terão afinal para oferecer às pessoas, à sociedade em que estão inseridos e onde gozam de liberdade bastante, embora pareçam querê-la só para si e para o gozo de certos direitos. Há um pormenor que não devemos esquecer: entendem pelos vistos, no que reporta a direitos, que têm o “sagrado” dever, que alguém lhes terá outorgado, de definir o chamado “interesse nacional”, numa pátria de que se julgam donos, até da consciência colectiva. O que têm então para oferecer? Pensamos e vemos, trazemos de um passado recente, mas também de um outro passado, exemplos suficientemente elucidativos. Daquele tempo em que eram uma única voz, uma “união nacional”, que encarcerava, torturava e matava, em nome da nação, apenas e só por isso. Exterminava, é bem verdade. Não esquecemos. Mas há um outro tempo, aquele em que entregaram o País à fúria exterminadora do capital, vendendo património a preço da uva mijona, subtraindo aos mais carenciados até aquela fatia de rendimento mais pequena que dava para sobreviver, mandando os jovens para fora do País, privatizando tudo o que mexia, em nome de eficiência e da eficácia de uma gestão ruinosa, que apenas determinava que “vivíamos acima das possibilidades”, uma vez mais a tal voz única, que sentenciava não haver alternativa. Não esquecemos também.

 

Elas e eles têm nomes e nós conhecemos os seus rostos e o seu pensamento. Muito embora alguns se tenham possivelmente travestido de democratas, comentadores ou dirigentes, empregadores e beneméritos, pagadores de promessas e vendedores de sonhos, o certo é que acabam todos no mesmo pote. Que às vezes tem MEL.

 

Olhando o mundo pela perspectiva destas senhoras e senhores, a coisa é muito simples: afirmam-se “...contra os partidos que se inspiram em Estaline e Mao, são eles que suportam o partido que está no poder”, assim mesmo o disse o anfitrião da tal agremiação que dá nome “cândido” de IL e que ostenta cartazes como aquele, que apenas servem para enganar e deturpar a mais simples das verdades da própria realidade capitalista, “menos impostos, melhores salários”. Acontece que esta premissa parece apenas ser válida para os donos daquele hipermercado que paga os impostos na Holanda. Abençoado “socialismo” que tal coisa permite...

 

Alguém falou em uma “lua de MEL para unir os partidos e relançar a direita”. Precisam para tal, de um “dote”, ou de um “pote”?


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