24 julho 2022

 LIBERDADE E PENSAMENTO CRÍTICO (LPC 2022)


 
















Em Abril de 2018 haveria de ser tornado público um documento, um Manifesto, intitulado “Liberdade e pensamento crítico”.

 

Estávamos a comemorar os quarenta e quatro anos de Abril e a Revolução. No Manifesto poderia ler-se “A liberdade povoa todos os espaços da vida; não pode ter quartos escuros”, “A liberdade só existe quando se exerce contínua e diariamente, em cada gesto, em cada ideia, em cada sentimento” e ainda, “A liberdade é o direito à igualdade com o reconhecimento da diferença.”

 

Constatando uma realidade que, com 4 anos de diferença, é exactamente a mesma, o documento afirma, “Há milhões de pessoas que nascem e morrem sem nunca terem sido felizes, porque é impossível sê-lo nas condições em que vivem. As crianças que nascem na pobreza têm fome pela escassez de alimentos ou da sua qualidade. O acesso à chamada solidariedade é sentido desde a infância como um estigma e a desigualdade com os outros da mesma idade não é perceptível por qualquer racionalidade, o que leva à revolta e à tristeza. As situações de desemprego, a precariedade, as pensões de miséria, os idosos dependentes e os incapacitados geram um ambiente que dura vidas inteiras, sem uma abertura, sem um pequeno projecto de alegria. Também nas chamadas classes médias a vida é desumana. O trabalho humano tornou-se mercadoria e o critério de produtividade dos accionistas das empresas cabe num programa de computador. As oito horas de trabalho, que a tantas condenações à morte levou em 1886, foram esquecidas e as empresas privadas alargam com ameaças a jornada de trabalho às dez, 12 horas. Esta é a realidade que impede uma vida pessoal condigna...”

 

Sendo o LPC um Movimento que se posiciona com objectivos bem claros de reactivar a democracia representativa e de defesa dos valores de Abril, a realização do IV Fórum Liberdade e Pensamento Crítico foi um acontecimento ímpar, num contexto em que reina o desinteresse pela política e em que muitos cidadãos se sentem ameaçados nos seus direitos.

Assim foi no dia 23 de Julho, um Sábado quente, a convidar outras paragens, no Liceu Camões.

 

Houve um pouco de tudo, exposições temáticas e de pintura, poesia, música, dança, debates e actividades culturais e onde estiveram presentes diversas associações cívicas e culturais com mostras gastronómicas, livros e outros produtos. 

 

O tema geral do Fórum foi “Informação e Desinformação”. Com ele se procurou, “...fomentar uma reflexão conjunta sobre a verdade e a ética em confronto com a falsidade, as notícias falsas, manipuladas; a verdade que colide com os interesses do poder político e que é sonegada; a verdade como ameaça pela confrontação entre interesses e valores, a manipulação da opinião pública e os jogos de poder.”

 

Num dos debates, muito animado, onde se falou de “Democracia, Liberdade e Pensamento Crítico”, foram avançadas algumas ideias e propostas, no sentido de fazer sentir que as necessárias mudanças a nível político, só serão uma realidade se os cidadãos participarem na vida política, nas empresas, na saúde e na escola, no dia-a dia. Não havendo “receitas”, há experiências que vale a pena conhecer e caminhos que vale a pena trilhar, para a libertação do jugo neoliberal que domina o País e o Mundo.

 

Assistimos, debatemos, convivemos. Também ouvimos poesia e performances diversas. Dançamos forró e apreciamos os Artistas que nos brandaram a com a sua música. 

 

Apesar do elevado grau de interesse  deste evento, não consta que a comunicação social tivesse comparecido. Confirma-se assim que tem mais com que se “preocupar”, afinal ali não havia nada que os pudesse interessar...



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