26 novembro 2023

 SEMPRE A ASNEIRAR...

 

Não será a capa do Jornal Record de ontem, apesar do “Olho para trás e não faz sentido”, atribuído ao treinador do meu clube, a suscitar um conselho àquele personagem que ontem discursou em Almada, no comício (perdão, no Congresso) do partido dele.

 


Na verdade, aquela figura que pensa ser o porta-voz da Direita anquilosada e reaccionária, olha para trás e parece fazer todo o sentido. Ao discursar daquela forma, apelando ao divino, “deus nos livre...”, faz lembrar as figuras salazarentas do dito estado novo, contra o perigo do comunismo (deus nos livre, diziam eles também) e do socialismo e de todas as outras enormidades que consumiam o regime. E erámos (SEMPRE) nós que fazíamos a luta contra aquilo que eles representavam.

Ao discursar em Almada, o sujeitinho quis afirmar-se, um vez mais. Afirmação essa que tarda a acontecer, até no partido dele. Diz ele que só será primeiro-ministro se ganhar as eleições e aí ficamos descansados. Diz que não fará alianças, pudera, ele e o outro (o “coiso”) são faces diferentes da mesma moeda, mas agora dizem basicamente a mesma coisa. Finalmente, concluímos que não é preciso aliança alguma, está tudo dito.

 

Direita nunca mais” diz o Record. O João Neves (miúdo grande) nada tem a ver, apesar da foto dizer que “joga melhor no centro”. O outro, o do Congresso, joga muito bem à direita e, com a linguagem rasteira que utilizou, poderá jogar, com toda a redundância, a extremo-direito. Muito embora duvide que os centros que faz para a grande área consigam dar origem a algum golo, a não ser que algum defesa contrário meta a bola na própria baliza.

A Direita é isto. Bolas para o ar, a ver se algum incauto as apanha. Ou que a tal defesa contrária lhe facilite a vida e guarda-redes esteja distraído. 

 

O discurso do sujeito ronda o absurdo. Nem sequer os apelos que invoca se salvam. A aproximação à extrema-direita é mais que evidente. Se quer tirar votos ao “coiso” penso que já vai tarde. Porque afinal, quem será minimamente capaz de acreditar numa figura daquelas que só faz figuras tristes e nem sequer é capaz de convencer os seus apaniguados? Ao dizer que “Portugal não pode ter um radical no Governo...” mostra a sua faceta de “democrata”. Ao invocar o “gonçalvismo”, mostra o seu desespero. Ao vociferar contra o "camarada Pedro e ... uma Cinderela chamada camarada Mortágua", está a proclamar a anunciada derrota.

 

Às vezes faz pena (a pior coisa que se dizer de uma pessoa...) ouvir este sujeito, que respira mediocridade por todos os poros. 

Até apetecia dizer (se não fosse ateu), oh, valha-me deus...


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