18 março 2024

O MELHOR ATAQUE É A DEFESA

 

Pois, no jargão futebolístico, a asserção é dita às avessas.

No futebol, parte-se do princípio que, ao ataque, a equipa terá mais probabilidades de se defender, mesmo que tenha menos força, poderá marcar um golo fortuito e atrapalhar o adversário.

Na arena política, onde o relvado é altamente flutuante e, tal como no estádio, por vezes escorregadio, parece que jogar permanentemente ao ataque, gastando e exaurindo todos os recursos ao mesmo tempo, significa esmagar e destruir o adversário. Veja-se o caso da Faixa de Gaza, onde o atacante e ocupante antigo só não conseguiu destruir completamente os palestinianos, porque existe uma resistência feroz de quem apenas tem paus e pedras para combater o inimigo. 

Hoje, na política, parece prevalecer a tal questão existencial, uma invenção da ultra-direita, desgraçadamente generalizada.

 

A propósito de “defesa nacional” se fez hoje mais um fórum da TSF, onde o mais interessante foi constatar que os “representantes” do Partido Socialista e do partido racista, xenófobo e neo-fascista disseram, sobre a matéria, praticamente o mesmo. A ideia abstrusa de que a guerra é uma “causa” da Ucrânia e de todos os europeus (consequentemente de todos os portugueses) pela liberdade e pela democracia, esbarra todos os dias na realidade concreta. Na verdade, a causa é a guerra pela guerra, que traz um sacrifício imenso aos cidadãos europeus, particularmente aos trabalhadores, para pagar (de todas as formas) o desvario armamentista e imperialista americano e dos joguetes paus-mandados europeus.

Se dermos o exemplo das munições da França que custam 6 mil euro e foram vendidas por 190 mil, talvez tenhamos a resposta adequada.

Se atentarmos à manipulação grosseira do Ocidente, que quer mascarar a realidade da ideia da dominação económica e mental com a mentira generalizada do que é esta guerra, começada e activada pelo Ocidente e que quis, durante 2 décadas, cercar e intimidar a Rússia, promovendo as mais descaradas iniciativas de armar, do lado de cá, até aos dentes, as suas fronteiras, talvez encontremos hoje as verdadeiras razões do estado actual. 

Se conseguirmos, dentro da ameaça e prática de uma política de cancelamento de tudo quanto é russo, da notícia ao comentário, na arte e no desporto, até à perseguição e intimidação de quem simplesmente quer alertar para a dúvida, temos a resposta exacta ao que significa o exercício do livre pensamento.

 

Na Rússia, onde foram conhecidos os resultados das eleições, não vimos qualquer referência aos números, a não ser para dizer que Putin venceu de forma ilegal, que o reforço do voto electrónico serviu para manipular resultados (fantástico!), que não houve controle e fiscalização, etc... Sabemos que a verdadeira e válida fiscalização tem que ser a do Ocidente, nomeadamente a dos EUA, que nem sequer conseguem controlar os seus actos eleitorais (sabe-se, mas faz-se de conta, por estas alturas...). Já agora, aqui ficam, após aturada pesquisa, os números: Putin (Rússia Unida), com 87,32%, Kharitonov (Partido Comunista), com 4,32%, Dvankov (Novas Pessoas), com 3,79% e Slutsky (Partido Liberal), com 3,19%. 

 

Saber hoje se a Rússia deveria ter invadido a Ucrânia, para nada interessa. Claro que foi um acto de agressão, claro que não deveria ter acontecido. O que importa é saber quem são os verdadeiros culpados e parece não haver dúvidas quanto aos altos interesses que ditaram e causaram e provocaram o acto em si. O imperialismo americano, a NATO e os “amigos” do Ocidente são os culpados, tal como o foram (e são) em todo o mundo moderno, durante o século XX e neste século XXI. Nem vale a pena citar, os exemplos são bem conhecidos e, particularmente nos Balcãs, onde ainda hoje se sentem os efeitos da destruição e da mentira da NATO e dos “aliados”.

 

A defesa deve ter um acréscimo no orçamento de Estado para, pelo menos, um percentual de 2%? Pois claro que sim, defende toda a Direita. E aqui não há qualquer distinção, para um campo alargado que vai desde o Partido, dito Socialista ao extremo da Direita. É um peso imenso, alicerçado na manipulação grosseira e na submissão abjecta. Um ouvinte do fórum TSF diria, em linguagem muito simples, que deveria investir-se na defesa, sim, na defesa contra incêndios e outras catástrofes, na defesa, sim, das pessoas e dos seus parcos bens. 

 

Mas, como é evidente, nada disso interessa, quando estamos perante mais uma ofensiva dos senhores da guerra e dos grandes interesses do Capital, sempre contra os trabalhadores. E mais, para que sejam aqueles a pagar os desmandos de todas as guerras inúteis, para os quais a vida humana conta mesmo quase nada. Os Macrons e os Cravinhos, os Bidens e os Sunaks, algozes que mais parecem bestas de um circo romano, querem-nos convencer que os russos vêm por aí abaixo, invadir e ocupar a Europa do nosso descontentamento. Era assim mesmo que os fascistas de Salazar falavam, em Portugal, é bom que ninguém se esqueça disso.

 

Esteja que estiver à frente da Rússia. Hoje é Putin, um personagem nada simpático, que representa um poder capitalista, igual a tantos outros. Outro qualquer que lá estivesse, daria o mesmo efeito, tão forte que é a vontade de destruir um País, que é afinal um País europeu.

Esta Europa incapaz e burra de tanta incompetência, nem sequer tenta levantar uma dúvida, empanturrada em tanta certeza idiota e em tanta mentira. E na famigerada supremacia, é bom que se diga. A russofobia tem os dias contados? Não sabemos. O que sabemos é que é exactamente igual a tantas outras que por aí andam, com muito ódio à mistura e com muita intolerância ao que não é branco e “puro”.

Triste tempo este.

 


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