01 março 2024

O MEU DIÁRIO DE CAMPANHA


Desde hoje, dia 1 de Março até ao dia 10, este será o meu Diário de Campanha.

Tenho um saco enorme cheio de adjectivos e substantivos, coisas para dizer, protestar, reclamar, proclamar, lamentar, arengar, ironizar, provavelmente, rir e chorar.

Com firmeza e com alegria, com raiva e alguma esperança, com uma enorme sede de vitória e desejo que a nossa Esquerda finalmente compreenda a urgência de tomar o Poder, em prol da luta dos trabalhadores.

Não sou candidato, não tenho já aquela força de vir para a rua gritar. Sei entretanto que havemos de ser mais / Eu bem sei e também que Só nesta rusga / Não há lugar prós filhos da mãe. E se o Zeca assim me inspira, acrescento que a música, dele e dos outros, ajudará.

Em cada dia, uma canção, um tema clássico ou do jazz, português, espanhol, francês ou italiano, sem esquecer os blues ou o rock, a salsa ou a rumba, o samba ou a morna, os sons e as músicas do Mundo, sem esquecer a Internacional, o hino dos trabalhadores, na sua luta pela emancipação.

 

 

DIA 1 DE MARÇO 2024. “FURTHER ON UP THE ROAD

Avancemos então estrada dentro.

Este clássico dos blues, aqui (*) protagonizado por Eric Clapton e Joe Bonamassa, ajuda-nos a avançar estrada fora, como ora convém, mas com algumas cautelas. Soubemos hoje dos perigos que existem, pelo menos na zona do Ribatejo, com uma tremenda insegurança, provocada por hordes nada pacíficas. Quem o avisa, sabe do que fala e, apesar de desmentido, continua cheio de medo, clamando por hipotéticas “milícias armadas”. A gente ainda se lembra do Casqueiro, chefe de fila das direitas e “admirador confesso” da Reforma Agrária, que, apesar de morto e enterrado, parece continuar a inspirar uma tal confederação de agricultores, cheios de protagonismo e avessos a cedências.

Tenho uma outra explicação que, a ser levada em linha de conta, poderá ter algum peso na Campanha. É que a coisa coincide com a entrada na estrada de personagens que, apesar de irradiarem uma “enorme simpatia no povo português”, ainda não aqueceram os motores e podem maltratar alguém desprevenido e tal como na canção, acabar maltratado, porque afinal, avançando na estrada, vai acabar mesmo por acontecer. Isto a propósito da grande Cristas, do imenso Núncio e do fanático (perdão, fantástico) Passos. Resta apenas a dúvida, as milícias devem ser para os proteger ou para nos proteger dela, deles e de outros que ainda não apareceram mas que estão decerto para chegar? 

Ainda estamos (estou?) no primeiro dia e a fertilidade da argumentação ainda tem muito terreno a desbravar. Ou seja, há ainda muita estrada para andar. Porém, os avisos feitos na canção devem ser, digo eu, para levar a sério, olhe que hoje você está-se a rir, mas um dia você vai chorarLá mais para diante, (baby) espere e verá.

 

 

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(*) não deixes de ver, ouvir, dançar e...pensar,  ao ritmo dos blues, nesta versão ao vivo de 2012: https://www.youtube.com/watch?v=h5aVK70P88k


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