31 dezembro 2009

E em 2010, mudamos o Mundo?


Caminhando contra o vento
Sem lenço e sem documento
No sol de quase Dezembro
Eu vou...

O sol nas bancas de revista
Me enche de alegria e preguiça
Quem lê tanta notícia
Eu vou...

Por entre fotos e nomes
Os olhos cheios de cores
O peito cheio de amores vãos
Eu vou...

Por que não, por que não...”
Alegria, Alegria” (extracto), Caetano Veloso, 1974

Foto: João Tocha, 2009


Caminhamos contra o vento, desde sempre, que disso me dê conta. Sabemos que algures existe qualquer coisa que nos atrai, estranhamente atraí, e vamos na onda da descrença e do maldizer, apenas porque os outros o fazem também. Possivelmente mais cómodo, mais fácil, adoptando exactamente a postura daqueles que furiosamente criticamos. Por vezes até mandamos às urtigas a coerência, os princípios e até a alma. Mais valera então fazer qualquer coisa de útil, para variar… Vá lá, acorda e vê á tua volta (tenta ver…) algum sinal, alguma voz que te chame. Alguém entretanto me escreve “E em 2010, mudamos o Mundo?”. Porque não, porque não? A carga positiva, o sentido de verdadeira determinação, a frontalidade da asserção (que mais parece uma palavra de ordem), agradam-me sobremaneira. Proponho até e (creio que) a propósito uma outra que poderia ser “Queremos entrar na crise pela mão dela / queremos estar na crise em vez de sair dela”. E porque somos de facto praticamente obrigados a estar nela, não nos sendo permitida qualquer veleidade, embora nada tenhamos feito por isso, porque há quem decida por nós, porque há-de sempre alguém a querer pôr a pata em cima de nós. Vamos então entrar na crise e ditar a nossa lei, porque somos a grande maioria dos que sofrem dia a dia as suas consequências. Vamos invadir os centros do poder, as praças e avenidas, vamos ousar, desafiar os centros de decisão económica, denunciar os abusos, as prepotências e os roubos da Banca, mostrando por exemplo, o poder do consumidor: eu, por exemplo, há mais de 1 ano a esta parte, deixei de consumir combustível GALP, REPSOL e BP….

Porque a mudança está porventura dentro de nós, uma questão de vontade individual, que pode ser colectiva se passarmos à acção, se quisermos de facto, transformar e mudar. Mudar o Mundo? E porque não? Mesmo que tal não seja pacífico. Os “olhos cheios de cores” aguardam assim que sigamos em frente. Eu vou... Por que não, por que não???

31 de Dezembro de 2009
Alf

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